FRUTO PRECIOSO 4 LIVRE 14 ANOS
Amanda termina de encher mais uma caixa com alfaces, no outro lado Jonas e Abir enchem caixas com cebolinhas e salsas.
Elias chega de camionete perto do galpão de onde buzina 3 vezes, logo é rodeado pelos funcionários e 3 cachorros.
- Oi seu Elias.
- Oi Amanda, como sempre a mais zelosa.
- Não senhor.
- Falo sério, olha o cuidado que tens, é bem diferente daqueles 3.
Larissa chega ali e tenta abraçar a Elias que num movimento leve desvia dela, Amanda não segura o riso.
- O que foi Elias, não sou tudo para ti?
- Coma e trabalhe, por favor.
- Eu hein, tá vendo só Amanda, ô homem dificil este aqui.
O portão é aberto e outra camionete vem até eles, desta desce um casal, Donizete e Telma.
- Madrinha, padrinho, o que houve?
- Amanda você tem que vir com a gente.
- O que aconteceu?
Donizete se afasta chamando Elias para um canto, minutos depois eles retornam e Elias libera Amanda.
- O que houve, eu preciso saber?
- Sua mãe.
- Minha mãe, mais madrinha minha mãe esta morta.
- Não querida, vem com a gente.
Amanda já debulha em lágrimas ali e segue com os padrinhos para dentro do veiculo, Jonas e Abir ali a olhar a colega dentro da camionete que é ligada e sai.
No hospital de Venceslau, Amanda desce junto dos padrinhos e entra no local, logo uma enfermeiraq e um médico a recepcionam levando-os até um apartamento hospitalar.
Dentro deste, uma mulher branca, cabelos longos cacheados, ali deitada, corpo franzino e olhar fundo.
- Esta é sua mãe, Amanda.
A mulher se aproxima da enferma ali cheia de aparelhos e com a respiração lenta.
- Você é minha mãe?
- Filha. Sai aquilo com certa dificuldade, Amanda já em choro afaga o rosto da mulher.
Donizete olha para Telma que sente, melhor sairem e deixar as duas ali para terem um conhecimento melhor.
O casal sai, Amanda segura com delicadeza a mão da mulher.
- Eu sou Ana.
- Então é esse o nome da minha mãe, Ana?
- Por favor, me ouça, depois se quiser, me perdoe ou não, mais por favor escute tudo que tenho a lhe falar.
- Se for pedir perdão, saiba, eu já te perdoei há muito tempo.
As duas ficam ali a se olharem, quando Ana decide por contar sua história para a moça, recheada de traições, namoros abusivos e um gravidez que a fez fugir para fora do país.
- Mais por que Ana, por que?
- Muitas coisas querida, muitas coisas, mais o que tem de saber é que você tem uma fortuna a sua espera.
- O que, eu rica?
- Sim, acredite, falo sério minha filha.
Ana lhe diz, Amanda sabe naquele momento que seu pai fora um importante industrial, ja falecido mais que deixara em testamento uma boa parte de seus bens a ela, sua filha.
- Por favor querida, pegue uma chave e um envelope ali naquela gaveta.
Amanda vai até o móvel, retira deste os objetos que a mulher mencionou.
- São estes?
- Sim.
Ana explica tudo para a filha com a voz quase se esvaindo até que, os padrinhos retornam ao apartamento.
Minutos depois os 3 ali no caminho para a casa, onde Amanda se joga no sofá enquanto Tellma vai para a cozinha preparar algo para eles, Donizete senta ali na poltrona com a chave que a moça ganhara.
- Mais esta chave, o que ela abre minha filha?
- Isso só vou saber quando eu ler o que esta no envelope.
- E quando você vai fazer isso?
- Logo padrinho, logo.
Telma vem com os pratos de mexido de sobras de carnes, cebola, ovo mexido, arroz, feijão tudo bem temperado e feito com carinho.
Amanda cai na hora naquele prato sob o olhar deles, depois sobe para o seu quarto e deixa os padrinhos a ver tv.
Assim que sobe, Telma vai para a cozinha, deixa os pratos e faz uma ligação.
- Oi, sou eu, Telma, olhe a menina já esta quase sabendo.
Donizete para na porta e fica a olhar para a mulher que conversa no celular.
Momentos depois, a ligação é finalizada, ali eles se beijam enquanto Telma retira do bolso do homem a chave.
- O que foi Donizete, ficou louco, isso não é seu?
- Nem seu.
- Sabemos disso, por isso mesmo cuide da parte sua e eu da minha.
- Acha que ela vai continuar?
- Com certeza que vai.
- Por que?
- Por que vi naqueles olhinhos o brilho da ganância.
- Ela é muito simples.
- Mais não é boba, dinheiro é dinheiro. Risos.
Amanda chega cedo na horta, já de cara encontra Abir e Jonas disputando carambolas que foram pegas em 3 chácaras antes dali.
- Ei meninos, bom dia, e olhe também quero essas frutas ai.
Os rapazes abraçam Amanda e lhe dão a fruta.
Elias chega logo em seguida, a novidade para eles é que Larissa desce da camionete.
- Olhe, o dia veio para trazer novidades.
- Bom dia gente, vamos trabalhar.
24022020...........
Genival ali ensanguentado caminha pela rua escura do jardim Rosa.
Não tão longe, uma mulher caminha de forma desordenada, embriagada, profere alguns palavrões e pedaços de canções conhecidas.
Natan fecha a leiteria e faz ali o sinal da cruz em forma de proteção, Jair passa a mão no cabo do 38 que comprara no último natal.
Jean desce do jipe e coça as partes íntimas por cima da calça, joga o cigarro e acende outro entrando no Furacão, a única casa de diversão noturna ali.
Lá dentro, vários casais a dançar as antigas e mais conhecidas lambadas.
Neste mesmo lugar entra ali Madalena que lava o seu rosto na pia de lavatório ao lado da entrada, seca com uma toalha presa a parede, após olha pelo espelho e retoca a make.
- Oi doçura.
- O que foi?
- Tá sozinha?
- O que acha?
- VaMOS DANÇAR E BEBER?
- Demorou.
Madalena se chega a Gerson que passa a mão na cintura dela, logo seguem para a pista, a dança ali os envolve, logo o ritmo muda para um forró e ouve-se gritos de alegria ali.
Frente ao clube, um garoto de seus 12 anos vende espetinhos, xodó e doces ali.
Jean para ali e compra algumas balas e chicletes.
Edilaine vem ao homem em saia curta verde, blusinha preta e rasteirinha.
- Oi gato.
- E ai.
- Vai entrar?
- Acabei de sair, tomar um ar.
- Então agora vamos entrar?
- Sim.
O casal entra e logo atrás uma mulher em vestido preto e um olhar triste segue para dentro.
O som agora é lento, romântico, os casais a dançar enquanto alguns jovens ficam a disputar quem vai ser o cara de pau da vez a tentar comprar alguma bebida alcóolica no bar do clube.
Jean e Edilaine terminam a seleção tocada e sentam a uma mesa um tanto afastada, quando um rapaz deixa ali 3 cervejas.
- Eu não pedi cerveja alguma.
- Fui eu que mandei para vocês.
- Mãe.
A mulher em vestido preto é Laura, mãe de Jean, ela olha para o filho com certa ternura, Edilaine ensaia sua saída.
- Por favor, fique querida.
- Eu não quero atrapalhar o assunto de vocês e.........
- Não, fique tranquila, ele é meu filho, não temos mais segredos em nossa vida.
- O que faz aqui? Pergunta Jean para a Mãe.
- Cheguei ontem do Rio Grande do Norte.
- E papai?
- Deve estar no Amazonas.
- Então é verdade, vocês se largaram?
- Acho que separação é o melhor termo querido filho.
- O que foi desta vez, ele te pegou com outro ou tentou levar algo dele?
- Não, diferente dele eu sempre soube fazer meus arranjos se é que me entende.
- Trouxe dinheiro?
- O suficiente para alguns dias por aqui.
- Esta ficando aonde?
- Estou no hotel do Norte.
- Vou paga-lo para ti.
- Não precisa, trago meu dinheiro.
- E quando este acabar, vai se encostar em um outro trouxa por ai?
A mulher lhe joga água na cara.
- Me respeite, ainda sou tua mãe, filho ingrato.
- Bem, parabéns, você acabou com a minha noite.
- Obrigado.
- Vamos Edilaine.
- Para onde?
- Para bem longe daqui.
A mulher é praticamente puxada pelo homem para fora do salão, Laura, abre a lata de cerveja e bebe, logo o rapaz que trouxe a bebida senta ali.
Pegue o combinado. Ela dá a ele 100 reais que guarda e sai dali.