Encontros
No aniversário de noventa anos de querido Joaquim, todos os antigos amigos foram convidados, e juntos festejaram, num almoço que durou até a meia noite, daquele abençoado e alegre dia. Na antecipação da festa, Rafael e Tereza riram e conversaram entre eles, a semana inteira, desde a chegada do convite, na expectativa dos encontros, tão esperados e felizes. E naquele dia inesquecível, ali naquele restaurante cinco estrelas tão badalado, juntaram-se as mulheres, entre elas, a colocar o papo em dia, Quem casou?! Quem nasceu?! Quem é que separou?! Nossa!!! Porque?! E você, amiga, o que anda a fazer pela vida? E os homens conversavam entre eles, as conversas muito mais modestas, aquelas que os homens, conversam, entre eles. E nas andanças do ali pra cá, o querido Arnaldo para, coça a barba e olha pra Tereza, e com aquele sorriso único, e diz entre risadas - Você está linda, está uma menina, ao que Tereza responde, Menina, eu?! Nossa!!! Arnaldo querido, eu é que sei que de menina nada tenho, E Arnaldo continua sorrindo e coçando a barba, como a desmentindo dela mesma. E ontem, não é que recebem Whatsap de Luzia, mulher do Arnaldo, comunicando seu falecimento?! Tereza liga, pessoalmente para Luzia e diz - Minha querida, eu sinto tanto! E todas as briguinhas que tivemos eu e você, nas nossas juventudes passaram, não é?! Você e eu, amadurecemos! Estou tão triste, estamos juntas, ao que Luzia respondeu, Pois é! Estamos juntas... E amanhã, um sábado, Rafael e Tereza irão, é claro, ao velório. Convocados que são, enquanto amigos, a comparecer tanto para a vida, quanto para a morte. E como nem Tereza nem Rafael teriam condições de dirigir um carro, irão de taxi