Sina Triste
DESDE criança não era contemplado pela sorte. Cresceu sendo uma espécie de azarado. Dentre os amigos de meninice e adolescência era apelidado de "Sina Triste". Não ligava, era bem-humorado, um sujeito afável e leal para com os amigos. E muito querido na cidade.
Já idade adulta, mesmo com os entraves da má sorte, casou e conseguiu um emprego numa empresa de gás. Era funcionário honesto e muito bom pai de família. Mas sempre ficou marcando passo no trabalho enquanto outros colegas menos dedicados eram transferidos e promovidos para cidades maiores. Nada dizia, nem protestava.
Tinha um fraco pelas farras. E foi numa delas, no cabaré da cidade, que conheceu uma mulher e por ela se apaixonou os quatro pneus. Propôs a ela até largar a fam[iia, endoidou pela dona, mas a mulher do cabaré rejeitou, preferiu continuar na vida "fácil". Isso levou o sujeito à lona, começou a beber demais, a faltar ao trabalho, foi entrando em depressão até que um dia se suicidou tomando veneno para rato.
Os amigos nunca esqueceram dele. Do sina triste. Inté.