UM CONTO DE NATAL
CONTO DE NATAL
Paulo estava aflito, pois estava chegando o Natal, e ele ainda não descobriu paradeiro do irmão, que sumiu de casa havia um ano sem dizer para onde ia. Sequestro? Impossível, não tinha dinheiro assim para pagar o resgate. Assassinado? Impossível. Não tinha inimigos. Procurou toda a parte: delegacias, hospitais, abrigos, todos os lugares. Procurou até entre os moradores de rua.
E o tempo foi passando e Paulo cada vez mais desesperado.
-“Deixo nas mãos de Deus. Ele sabe o que faz. ” – pensou ele.
Paulo tinha por costume, e gostava desase costume, de ajudar o próximo. Todo Natal ele fazia um almoço para os moradores de rua, eles agradeciam.
- Vou fazer almoço e janta desta vez, Se preparem! ,
Apesar de fazer tudo isso, não por obrigação, mas por sentimento para com aqueles mais necessitados. Mas a imagem de do irmão Célio não saia de sua cabeça.
Entrou no bar do seu Joaquim para tomar um café, e começaram a conversar.
- Você sabia que os moradores de rua aumentaram? Vieram mais dez. Vai ter que por mais agua na panela.
- Não tem problema, Joaquim. Arranjo um lugar para eles também.
Já faltavam duas semanas para o Natal.
A mulher aproximou-se e disse:
- Porque você não dá um tempo e descansa um pouco? Depois volta a procurar o seu irmão!
- Nem pensar. Eu vou continuar e vou encontrá-lo.
Saiu de casa foi conversar com o padre Sergio.
- Paulo, sua mulher está certa. Você tem que descansar um pouco!
- Não padre. Eu vou encontra-lo!
Saiu e foi ver os moradores de rua.
Sebastião é um morador de rua, que era o líder do grupo.
- Sebastião, me informaram que juntou-se ao seu grupo mais dez pessoas. Você pode me levar até eles?
- Claro. Eles estão ali. Mas tem uma coisa. Um deles é meio esquisitão! Não fala, só quer ficar sozinho.
- Eu vou falar com ele.
Paulo aproximou-se com cuidado. Ele estava com cabelo todo enrolado, sujo e parecia que não tomava banho a algum tempo.
- Olá, tudo bem?
Virou-se e olhou para ele. Paulo, por um instante, teve a impressão de tê-lo visto mas com todo aquele cabelo, que ocultava totalmente o rosto daquele morador de rua, era impossível.
Foi conversar novamente com Sebastião sobre aquele morador.
- Mas ele não disse porque se tornou morado de rua? De onde ele é?
- Sinto muito, mas não posso ajuda-lo. Estou totalmente sem informação dessa pessoa. Só sei que entrou p0ara o nosso grupo e é só.
Paulo não se deu por vencido. Foi atrás dele de novo. Mas ao chegar local ele já não estava mais, e ninguém o viu sair.
Véspera de Natal de tudo pronto para atender aos moradores de rua.
- Façam fila que aqui tem para todo mundo. E vai ter janta também!
Em casa contou para a mulher o encontro que teve com o indigente.
- Você está delirando!
Paulo continuava com aquilo na cabeça e tinha que ter uma explicação.
Na fila do jantar vieram aqueles dez que não vieram para o almoço. Ele estava na fila.
Quando chegou a sua vez, aproximou-se de Paulo e passou levemente a sua mão no seu rosto. Uma lágrima começou a cair pela sua face. Num instinto abraçou aquela pessoa e falou:
- Meu irmão? É você?
-Sim sou eu!
Paulo caiu de felicidade. Encontrou m seu irmão e agora a festa estava completa. O Natal mais agradecido de todos. E agora nada mais iria separá-los.