(Imagem Google)
Um Engano Feliz
Um Engano Feliz
Marta era uma moça de muitas qualidades. Trabalhava em uma repartição pública e nas horas vagas, dedicava seu tempo aos menos favorecidos. Era voluntária em uma Entidade que assistia gestantes em situação de vulnerabilidade social, com Cursos de Orientação Maternal, Oficinas Profissionalizantes, enxovais, cestas básicas, refeições e Atendimento Odontológico. Ela sempre solicitava às colegas de trabalho que doassem roupas, em bom estado de uso, para que pudesse levar à Entidade, que as vendiam em bazar (brechó), cuja renda era revertida para esse projeto social e incentivava seus colegas de trabalho a se engajarem nessa ação. Ela era muito querida e todos colaboravam com ela.
Nesse dia, Marta estava particularmente feliz. A Entidade faria um bazar no fim de semana e ela já estava com um volume bem grande de roupas recebidas naquela repartição. Até seu chefe, Paulo, havia colaborado trazendo duas sacolas de roupas que sua esposa não mais utilizava. Marta, ao inspecionar as roupas de uma das sacolas, ficou muito surpresa pois eram muito novas, de grife, e aparentavam não terem sido usadas. Surpresas e curiosas ficaram também suas colegas de trabalho, que não se contiveram e resolveram experimentar os “looks” , porém, para tristeza de todas, nenhuma delas serviram para as moças.
Nesse momento, Avelino, o jardineiro, entrou no recinto trazendo consigo um vaso de plantas para colocar na sala do chefe Paulo e não pode deixar de notar aquelas roupas tão lindas. Marta percebeu a admiração no olhar do colega e perguntou se ele gostaria de levar aquelas roupas para a esposa dele experimentar, com a condição de que as devolvesse, caso não servissem. Avelino não se fez de rogado e, feliz, agradeceu-a, levando a sacola consigo.
No dia seguinte Avelino era todo sorrisos ao entrar na repartição para agradecer à Marta as roupas recebidas. Sua esposa nunca tinha visto roupas tão lindas na sua vida e gostou tanto que já havia usado uma delas para ir ao culto da igreja, toda faceira e já tinha planos para as próximas. Marta também ficou feliz por poder dar essa alegria a alguém que, com certeza, nunca teria condições de comprar uma roupa de grife.
Nesse mesmo dia, Paulo, chefe da repartição, quando chegou à sua sala, estava visivelmente transtornado. Ficou por alguns minutos a andar de um lado para o outro e, pela janela de vidro, todos do departamento, notaram seu ar de preocupação.
Passaram-se alguns minutos e Paulo pediu que Marta fosse até a sua sala. Quando ela entrou, ele, meio sem jeito, lhe perguntou:
- Marta, aquelas sacolas de roupas que eu trouxe ontem, para serem doadas, você ainda as tem, em particular uma com um grande HL na frente?
Marta respondeu: - Não mais.
-Como assim? Paulo perguntou, como se não acreditasse no que tinha ouvido.
-Sr. Paulo, elas, na verdade, foram doadas para a esposa do Avelino, o nosso jardineiro. Eu as levaria para a Entidade nesse fim de semana, porém, ele gostou tanto das roupas e eu fiquei mais feliz com a felicidade dele quando me agradeceu, pela esposa. Mas por que a pergunta? Algum problema?
Paulo passou as mãos pelos poucos cabelos que ainda lhe restavam e disse, quase que solenemente:
- Marta, as roupas que estavam em uma das sacolas, eram de uma amiga da minha esposa, dona de uma boutique, que mandou lá para casa para que ela experimentasse e devolvesse, caso não se interessasse pelas peças. Eu vi as duas sacolas e achei que minha esposa as tivessem separado para eu trazer para você. Hoje ela procurou pela sacola e eu, então, percebi o engano. Marta, eu preciso devolver essas roupas para a boutique porque elas não serviram para a minha esposa. O que você sugere?
- Marta, as roupas que estavam em uma das sacolas, eram de uma amiga da minha esposa, dona de uma boutique, que mandou lá para casa para que ela experimentasse e devolvesse, caso não se interessasse pelas peças. Eu vi as duas sacolas e achei que minha esposa as tivessem separado para eu trazer para você. Hoje ela procurou pela sacola e eu, então, percebi o engano. Marta, eu preciso devolver essas roupas para a boutique porque elas não serviram para a minha esposa. O que você sugere?
Marta, se condoeu muito com a situação, porém, depois de pensar por alguns segundos, respondeu:
- Sr. Paulo, eu sinto muito, mas não posso pedir ao Avelino que devolva as roupas porque seria constrangedor, é como se tirasse um doce da boca de uma criança, eu não tenho coragem de fazer isso.
- Sr. Paulo, eu sinto muito, mas não posso pedir ao Avelino que devolva as roupas porque seria constrangedor, é como se tirasse um doce da boca de uma criança, eu não tenho coragem de fazer isso.
Paulo, já pressentindo o que ia acontecer, assentiu com a cabeça e disse a ela que não se preocupasse porque ele iria resolver o problema.
No dia seguinte Paulo, que nunca se atrasava para o trabalho, chegou bem mais tarde na repartição...o atraso fora bem justificado porque ele havia esperado abrir a boutique, no shopping, para pagar as roupas que não seriam mais devolvidas pela esposa.
Pelo pensamento da atendente da loja, Paulo passou por um marido generoso em presentear a esposa com as últimas e mais caras novidades da loja...mal sabia ela que havia sido um engano, mas que teve seu final feliz...não para ele, claro!
No dia seguinte Paulo, que nunca se atrasava para o trabalho, chegou bem mais tarde na repartição...o atraso fora bem justificado porque ele havia esperado abrir a boutique, no shopping, para pagar as roupas que não seriam mais devolvidas pela esposa.
Pelo pensamento da atendente da loja, Paulo passou por um marido generoso em presentear a esposa com as últimas e mais caras novidades da loja...mal sabia ela que havia sido um engano, mas que teve seu final feliz...não para ele, claro!
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