Caneta de ouro!

CANETA DE OURO

Uma bela (caneta) Park 51, toda em ouro, vistosa e valiosa senão pelo valor comercial ou pela cobiça de um artigo de consumo. Quem me a deu com certeza nunca a usou, quer seja pela sua modéstia ou por ser um objeto de valor. Comigo não foi diferente. Ganhei-a como presente de formatura no bacharelado do curso de ciências jurídicas e sociais, nos idos de 1975, mas nunca a usei, pelos mesmos motivos do donatário que a presenteou-me com certeza. Sempre guardada sobre sete chaves, de tempos em tempos a pego para apreciá-la, com intuito de vir a usá-la, mas deixo-a para uma ocasião festiva especial, que nunca chega, quer seja por esquecimento ou pelo dia não haver ainda chegado. Estou chegando à idade daquele que a presenteou-me, e penso em dar um fim nobre como a que recebi. Quem será o próximo fiel depositário de tão nobre presente há poucos merecedores? Não seria o caso de vir há ser peça de Museu contando a sua tradição aos auspiciosos apreciadores? Agora além de valioso e cobiçado também o é antiquado acervo de memória do passado, considerando que o mesmo é do século passado, isto é dos idos de 1900. Os meus filhos provavelmente não sabem escrever com caneta de pena a tinta. Os meus netos só escrevem, melhor dizendo, só digitam no celular, tablet, computador, etc. Só me resta dar um fim nobre expondo-a na vitrine daqueles que reverenciam o seu passado nostálgico que não volta mais, ficou na história, parou no tempo da sua existência.

Chico Luz

CHICO LUZ
Enviado por CHICO LUZ em 13/10/2019
Reeditado em 19/10/2019
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