G e n e r o s i d a d e
Sempre refletia sobre uma qualidade (e sentimento) que achava linda, edificante e fundamental: a generosidade. Era alguém solidário e até mesmo meio generoso, mas sua generosidade era assim tipo conta-gotas, algo sazonal, raro. E no entanto, sim e no entanto, repetia, era alvo constante de atos de generosidade porque convivia com alguém que praticava diuturnamente a generosidade. Uma pessoa generosa em tempo integral. Alguém que preferia dar mais que receber. Ficava fascinado com sso e, pior,até sentia inveja dessa pessoa, dessa generosidade espontânea, que não era reclame, demagogia e nem subserviência, era eso apenas generosidade sem visar a retribuição futura. Mais: essa pessoa era altiva, consciente e preservava seu amor próprio. Todas as vezes que constatava essa generosidade lembrava um provérbio chinês: "Um pouco de perfume sempre fica bas maãos de que oferta flores".
Sabia que jamais conseguiria retribuir a generosidade dessa pessoa, seria sempre seu devedor, isso o magoava um pouco, lá dentro de si sentia que tinha uma dívida impagável que nem o amor conseguiria saldar. Seu amor era imperfeito, of course. E lembrava a frase de Simone de Beauvoir:
"O ideal do amor e da verdadeira generosidade é dar tudo de si, mas sempre sentir como se isso não houvesse lhe custado nada". Recebia tanto o amor como a generosidade. Mas não conseguia retribuir tudo no tocante à generosidade. Inté.