A Intrusa
Ana Amélia era uma mulher dissimulada e calculista, tinha feito seu reinado em cima de mentiras e enganos, vivia de aparência quem olhasse para ela jamais diria que ela era uma criatura insólita; seu fingimento era tão perfeito e bem idealizado que até os que desconfiavam dela tinham que se render.
A prima Maria Clara surge no cenário como a intrusa, com uma docilidade peculiar e uma sagacidade ímpar conquista a todos bem depressa colocando o reinado de sua inimiga não declarada em xeque.
As duas começam uma batalha silenciosa tendo o coração de um homem como prêmio; o inconveniente é que Clara passa a amar este homem intensa e verdadeiramente, ao contrário da sua rival que usa as pessoas para o seu deleite e benefício.
Até onde se chega por amor? Por aquele homem Clara chegaria onde só se chega em sonhos e ocuparia seus dias em descobrir maneiras de fazê-lo imensamente feliz.
A intrusa balançou os alicerces do reinado da sua rival, mas por amor abandonou a luta; se o reinado da sua rival fosse destroçado muitos inocentes pagariam um preço alto e seu grande amor seria imensamente prejudicado, pensando no melhor para seu grande e único amor a intrusa partiu deixando uma obra inacabada e seu coração entrelaçado a um homem que era a razão da sua vida e da sua existência, mas que pertencia a um mundo diferente do seu e estava envolvido num emaranhado de mentiras, enganos e fingimento.
Demoli um reinado de enganos, mentiras e fingimento pode causar dor ao que estão nesse emaranhado por inocência, cegueira, conveniência... As vezes a atitude mais sensata é sair de cena e esperar que o tempo abra novas portas ou enfraqueça as “verdades sinuosas” e as máscaras finalmente caiam.