25 de julho de 2019
Carlos Jaime
Querido diário, o dia hoje começou mais ou menos assim:
Acordei, no horário de sempre, mas a preguiça me deixou deitado. Estava com a bunda fria. O cobertor longe de mim e o ventilador, sem noção, continuava soprando em plena 6 horas. Improvisei uma conchinha e chamei o cobertor pra cima de mim e esqueci do mundo.
Felizmente levantei e rabisquei a parede onde estou desenhando um mosaico. Após, fiz o café e fui à padaria comprar o pão.
Reclamei, meio bravo com meu amor, pois estava atrasando a hora por causa dela, mas não podia exagerar no tom da voz para não estragar o dia. Afinal, a gente combinou ir almoçar na Bica da Canoa. Antes, preveni a Samara, pelo whatsapp, que ia atrasar um pouco. Bem. Como estamos, meio, de férias, até podia atrasar.
Como prometido ao Jorge, levei o arame pra ele arrumar o jardim vertical da escola que fora construído com barbante e a água apodreceu tudo e caíram. Só mesmo arame pra segurar.
O Jorge fez o trabalho direitinho e ficou tudo no lugar de novo.
Ontem havia prometido pra Leirivan que íamos almoçar peixe com baião na casa dela. É muito boa a comida da casa dela e o açude melhor ainda. Mas, quem leu você, ontem, diário, sabe da melancolia que foi seu depoimento. Então pensamos em algo mais emocionante e a subida da serra é hilário.
Chegamos umas 11 horas na Canoa e pedimos carne na brasa com baião. Enquanto o prato era preparado a gente foi tomar banho na bica.
Nessas alturas já tínhamos tirado umas 15 fotos. Na bica tiramos mais algumas e dois vídeos. A gente gosta de registrar esses momentos, afinal, um dia a gente vira lembrança.
Depois do almoço pedi informação de uma gruta que há por lá. Uns 500 metros a diante da bica. Infelizmente não localizamos e a gente entrou numa propriedade particular e curtimos um momento paradisíaco naquela serra.
Mangueiras enormes. Parecem seculares. Pedras gigantescas, maiores que casas grandes e a vontade, paidégua, de subir em todas elas.
Cada árvore, cada anglo, cada pedra, dava vontade de tirar fotos. E tiramos. Olha, diário. Tiramos umas 139 fotos. Passamos mais de uma hora nesse local e esquecemos a loca que buscávamos. Tiramos fotos em pé, sentados, deitados, eu pendurado num galho moda macaco, descendo ladeira, deitados de lado numa pedra, de costas e tudo o mais. Impressionante nossas fotos. Cada uma melhor que a outra porque a natureza, simplesmente, completava o cenário.
Para outros senhores tirar tanta foto com a senhora deles é uma besteira. Eu faço dessa atividade uma forma de fazer amor sem tirar a roupa. Deixa eu explicar.
Para muitos homens, e são maioria, sem me gabar, fazer amor é, simplesmente tirar a roupa e .... para mim, fazer amor sem tirar a roupa é fazer o que a mulher gosta. Para ela isso é amor. E se ela gosta de tirar fotos, verdade que também gosto, então faço o que ela gosta, satisfaço a vontade dela e depois, em algum momento ela fará o que gosto. Você entende, né diário?
Já suados, voltamos pra bica e pedi mais comida, pois já era pra mais de 15 horas. Depois que comemos novamente fomos pra bica e com roupa e tudo saí todo molhado e molhado mesmo voltei.
Gastamos 65 reais de almoço, fora a gasolina. É, diário. Não fique espantado. Sair com a amada precisa de grana. Um dia feliz pode custar os olhos da cara, mas a namorada merece todo sacrifício. Posso dizer que não custou nada diante dos momentos legais que vivemos naquela doce paisagem.
Apesar do horário, ao contrário de ontem, que era basicamente o mesmo horário, o contraste entre o clima do sertão e o da serra é extremamente notável. Sol quente, sim, mas sua quentura neutralizada pela suavidade do vento frio e úmido que beijava a face da gente temperando a temperatura ambiente, fazendo a gente não perceber que fosse tão tarde da tarde pela temperatura.
Descemos a serra, de moto, seguindo as curvas do asfalto como um serpentear ondulante e suave. Horas na banguela, horas no freio e a sensação gostosa de ter meu amor comigo só aumentava.
Paramos nas Americanas, em Itapipoca, e fomos comprar um chocolate para presentear uma amiga dela. Enquanto me demorei procurando um livro que não localizei mais, outro me chamou a atenção: As 5 linguagens do amor. Meu amor me disse que a fila estava enorme e desistimos do livro e do chocolate.
Mais à frente, na Casas Freitas, meu amor quis comprar um jogo de faca de mesa. Facas serrinhas. A ideia mesmo era comprar uma cadeirinha de plástico pra nosso netinho, mas o preço nos espantou como um espantalho espanta o passarinho e imediatamente mudamos de seção. Eu disse que em casa já havia faquinhas, mas ela disse que não cortavam como aquelas e ficamos, meio discutindo e os ânimos se alterando, quando percebi que estávamos chamando a atenção, tapei a boca dela com um beijo no meio da loja. A intenção mesmo era acabar a discussão e acabou. Na verdade, também não costumo reparar o lugar quando quero beijar meu amor. Isso se dá em qualquer lugar e diante de qualquer pessoa. O que não tenho, diário, é vergonha de beijar meu amor em público.
No caminho para o caixa, encontrei uma luminária de mesa. Daquelas que os loucos usam para ler ou para escrever à noite com uma luz próxima. A luminária é a laser ou led, e tem 3 tons de luz. A fraca, a média e a forte. Meu amor não queria que eu levasse e quase a gente discute de novo, mas felizmente ela cedeu. É, diário. Tem que ser assim. Se um não ceder, já sabe. É briga na certa e brigar dentro de uma loja, nada a ver. Ou cede, ou tapa a boca do outro com um beijo. Tem gente que tapa com um tapa. Eu prefiro um beijo. É mais suave e mais poético. O tapa, dói e machuca. O beijo arde e ferve.
Já era 16 e um bocado e o sol estava a meio palmo da terra.
O acesso Itapipoca/Amontada é sentido Oeste e neste horário o sol está literalmente na cara. Desci a estrada com a mão esquerda à altura dos olhos para tapar o sol e ver o asfalto. Muito cansativo e muito esburacada a pista.
No meio do caminho passei na casa de dona Gracilda com a finalidade de esperar o sol esmorecer. Aliás: esconder mesmo. Durante a estadia abracei as crianças: Kairo, Kevin, Valetina e Régila nesta ordem. Crianças adoráveis. Alunos da escola que coordeno.
Conversamos pouco e fiquei sabendo do treco que a Erivando teve nas costas e está andando meio torta por conta do incômodo. Nem me fale nisso.
Regressamos e chegamos em casa antes da noite mais cansados que vivos, mas foi um dia alegre, feliz e proveitoso.
Sempre volto às partes mais legais do dia, diário, já deve ter percebido. Fica meio repetitivo, mas é que a emoção quando é grande deixa saudade.
Naquele espaço solitário, rodeado de belezas naturais com árvores seculares e pedras maravilhosas dando um aspecto edênico, pois até um riacho escorre por lá, naturalmente e eternamente, me senti o Adão com sua Eva naquele Éden santo, sem pano de bunda nem nada por entre as bananeiras. Foi, justamente, entre as bananeiras que me deu vontade de tirar a roupa e ficar assim que nem eles no Éden. Pelados e sem vergonha.
Acordei, no horário de sempre, mas a preguiça me deixou deitado. Estava com a bunda fria. O cobertor longe de mim e o ventilador, sem noção, continuava soprando em plena 6 horas. Improvisei uma conchinha e chamei o cobertor pra cima de mim e esqueci do mundo.
Felizmente levantei e rabisquei a parede onde estou desenhando um mosaico. Após, fiz o café e fui à padaria comprar o pão.
Reclamei, meio bravo com meu amor, pois estava atrasando a hora por causa dela, mas não podia exagerar no tom da voz para não estragar o dia. Afinal, a gente combinou ir almoçar na Bica da Canoa. Antes, preveni a Samara, pelo whatsapp, que ia atrasar um pouco. Bem. Como estamos, meio, de férias, até podia atrasar.
Como prometido ao Jorge, levei o arame pra ele arrumar o jardim vertical da escola que fora construído com barbante e a água apodreceu tudo e caíram. Só mesmo arame pra segurar.
O Jorge fez o trabalho direitinho e ficou tudo no lugar de novo.
Ontem havia prometido pra Leirivan que íamos almoçar peixe com baião na casa dela. É muito boa a comida da casa dela e o açude melhor ainda. Mas, quem leu você, ontem, diário, sabe da melancolia que foi seu depoimento. Então pensamos em algo mais emocionante e a subida da serra é hilário.
Chegamos umas 11 horas na Canoa e pedimos carne na brasa com baião. Enquanto o prato era preparado a gente foi tomar banho na bica.
Nessas alturas já tínhamos tirado umas 15 fotos. Na bica tiramos mais algumas e dois vídeos. A gente gosta de registrar esses momentos, afinal, um dia a gente vira lembrança.
Depois do almoço pedi informação de uma gruta que há por lá. Uns 500 metros a diante da bica. Infelizmente não localizamos e a gente entrou numa propriedade particular e curtimos um momento paradisíaco naquela serra.
Mangueiras enormes. Parecem seculares. Pedras gigantescas, maiores que casas grandes e a vontade, paidégua, de subir em todas elas.
Cada árvore, cada anglo, cada pedra, dava vontade de tirar fotos. E tiramos. Olha, diário. Tiramos umas 139 fotos. Passamos mais de uma hora nesse local e esquecemos a loca que buscávamos. Tiramos fotos em pé, sentados, deitados, eu pendurado num galho moda macaco, descendo ladeira, deitados de lado numa pedra, de costas e tudo o mais. Impressionante nossas fotos. Cada uma melhor que a outra porque a natureza, simplesmente, completava o cenário.
Para outros senhores tirar tanta foto com a senhora deles é uma besteira. Eu faço dessa atividade uma forma de fazer amor sem tirar a roupa. Deixa eu explicar.
Para muitos homens, e são maioria, sem me gabar, fazer amor é, simplesmente tirar a roupa e .... para mim, fazer amor sem tirar a roupa é fazer o que a mulher gosta. Para ela isso é amor. E se ela gosta de tirar fotos, verdade que também gosto, então faço o que ela gosta, satisfaço a vontade dela e depois, em algum momento ela fará o que gosto. Você entende, né diário?
Já suados, voltamos pra bica e pedi mais comida, pois já era pra mais de 15 horas. Depois que comemos novamente fomos pra bica e com roupa e tudo saí todo molhado e molhado mesmo voltei.
Gastamos 65 reais de almoço, fora a gasolina. É, diário. Não fique espantado. Sair com a amada precisa de grana. Um dia feliz pode custar os olhos da cara, mas a namorada merece todo sacrifício. Posso dizer que não custou nada diante dos momentos legais que vivemos naquela doce paisagem.
Apesar do horário, ao contrário de ontem, que era basicamente o mesmo horário, o contraste entre o clima do sertão e o da serra é extremamente notável. Sol quente, sim, mas sua quentura neutralizada pela suavidade do vento frio e úmido que beijava a face da gente temperando a temperatura ambiente, fazendo a gente não perceber que fosse tão tarde da tarde pela temperatura.
Descemos a serra, de moto, seguindo as curvas do asfalto como um serpentear ondulante e suave. Horas na banguela, horas no freio e a sensação gostosa de ter meu amor comigo só aumentava.
Paramos nas Americanas, em Itapipoca, e fomos comprar um chocolate para presentear uma amiga dela. Enquanto me demorei procurando um livro que não localizei mais, outro me chamou a atenção: As 5 linguagens do amor. Meu amor me disse que a fila estava enorme e desistimos do livro e do chocolate.
Mais à frente, na Casas Freitas, meu amor quis comprar um jogo de faca de mesa. Facas serrinhas. A ideia mesmo era comprar uma cadeirinha de plástico pra nosso netinho, mas o preço nos espantou como um espantalho espanta o passarinho e imediatamente mudamos de seção. Eu disse que em casa já havia faquinhas, mas ela disse que não cortavam como aquelas e ficamos, meio discutindo e os ânimos se alterando, quando percebi que estávamos chamando a atenção, tapei a boca dela com um beijo no meio da loja. A intenção mesmo era acabar a discussão e acabou. Na verdade, também não costumo reparar o lugar quando quero beijar meu amor. Isso se dá em qualquer lugar e diante de qualquer pessoa. O que não tenho, diário, é vergonha de beijar meu amor em público.
No caminho para o caixa, encontrei uma luminária de mesa. Daquelas que os loucos usam para ler ou para escrever à noite com uma luz próxima. A luminária é a laser ou led, e tem 3 tons de luz. A fraca, a média e a forte. Meu amor não queria que eu levasse e quase a gente discute de novo, mas felizmente ela cedeu. É, diário. Tem que ser assim. Se um não ceder, já sabe. É briga na certa e brigar dentro de uma loja, nada a ver. Ou cede, ou tapa a boca do outro com um beijo. Tem gente que tapa com um tapa. Eu prefiro um beijo. É mais suave e mais poético. O tapa, dói e machuca. O beijo arde e ferve.
Já era 16 e um bocado e o sol estava a meio palmo da terra.
O acesso Itapipoca/Amontada é sentido Oeste e neste horário o sol está literalmente na cara. Desci a estrada com a mão esquerda à altura dos olhos para tapar o sol e ver o asfalto. Muito cansativo e muito esburacada a pista.
No meio do caminho passei na casa de dona Gracilda com a finalidade de esperar o sol esmorecer. Aliás: esconder mesmo. Durante a estadia abracei as crianças: Kairo, Kevin, Valetina e Régila nesta ordem. Crianças adoráveis. Alunos da escola que coordeno.
Conversamos pouco e fiquei sabendo do treco que a Erivando teve nas costas e está andando meio torta por conta do incômodo. Nem me fale nisso.
Regressamos e chegamos em casa antes da noite mais cansados que vivos, mas foi um dia alegre, feliz e proveitoso.
Sempre volto às partes mais legais do dia, diário, já deve ter percebido. Fica meio repetitivo, mas é que a emoção quando é grande deixa saudade.
Naquele espaço solitário, rodeado de belezas naturais com árvores seculares e pedras maravilhosas dando um aspecto edênico, pois até um riacho escorre por lá, naturalmente e eternamente, me senti o Adão com sua Eva naquele Éden santo, sem pano de bunda nem nada por entre as bananeiras. Foi, justamente, entre as bananeiras que me deu vontade de tirar a roupa e ficar assim que nem eles no Éden. Pelados e sem vergonha.
Carlos Jaime