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Antonio de Albuquerque
Anna
Antonio de Albuquerque
Embora o lugar estivesse seco com vegetação escassa, nascera no terreiro da casa, entre marmeleiros, aroeiras e angicos, resistentes ao verão, algumas plantas tipo malva que atrai borboletas e colibris, formando um cenário de grande beleza, onde também ovelhas e cabras buscavam alimento ao passarem em direção a montanha, onde entre lajeados, encontravam algum capim seco. Pequenos passarinhos disputavam espaço entre as borboletas, azuis e amarelas a frente da casinha. No curral, ao lado da casa, teimava viver, uma vaquinha com sua cria. Infelizmente sua vida foi efêmera.
Meio dia. Sol a pino, no alto, parecia uma manopla de fogo, o calor era abrasador e água quase não existia. No profundo silêncio do meio dia, muito distante ouviam-se o badalar dum chocalho e o piar de algum passarinho, certamente em busca de alimento, urubus sobrevoavam a região em busca de carcaças de animais mortos. Na estrada de barro vermelho, leve aura levantava uma poeira que fazia a menina Anna, sonhar com chuva. Apenas um sonho.
A jovem e bonita menina ficara sozinha, em virtude de os pais haverem viajado em busca de algum serviço, nas frentes de trabalho do governo. Depois viriam busca-la, se a empreita fosse bem-sucedida. Enquanto isso, Anna, sobreviveria cuidando do que restou, do que um dia fora um sítio próspero. A menina tinha apenas nove anos, mas parecia um adulto com coragem e muita determinação. Ela acreditava que resistiria até a volta dos pais, e vivenciava todos os momentos naquele ambiente sagrado para ela, visto ser o único lugar que conhecia. Ali era seu mundo, sua vida, seu amor.
Assim, contemplava o alvorecer com o brilho do sol, o entardecer, com o firmamento pintado de ouro, e a noite a lua prateando a vegetação. Brincava com borboletas e colibris e cantava modinhas que sabia, para o tempo passar. À lua, Anna pedia guarnição, sentindo que era atendida conforme seu entendimento de criança. A saudade era tanta que às vezes Anna imaginava ser um beija-flor ou um bem-te-vi para bater asas e voando ir ter com sua mãe.
Os recursos de sobrevivência haviam se esgotado, inclusive com a morte dos animais e Anna sem água, foi definhando até prostrar-se ao relento, pois esperava saciar a sede com o sereno da noite e adormecendo, sonhou com a lua, astros, estrelas, e lagos d’água e mel no espaço. Ao despertar estava nos braços da mãe, falando para ela que o céu e as estrelas são lindos! Onde existem grandes lagos de água e mel. A mãe lhe servia pequenos goles d´água, quando o céu foi tomado por nuvens escuras e trovões rugindo no espaço e a terra ressequida, foi molhada por exuberante chuva. Os açudes, barreiros e riachos encheram. Anna e seus pais se alegraram, os animais corriam pelos prados e a natureza transformou todo o lugar num só vergel de encanto e ternura. Os pingos d’água pareciam instrumentos de vida. Anna abraçada aos pais admirava a força da natureza exercendo o seu reinado.
Meio dia. Sol a pino, no alto, parecia uma manopla de fogo, o calor era abrasador e água quase não existia. No profundo silêncio do meio dia, muito distante ouviam-se o badalar dum chocalho e o piar de algum passarinho, certamente em busca de alimento, urubus sobrevoavam a região em busca de carcaças de animais mortos. Na estrada de barro vermelho, leve aura levantava uma poeira que fazia a menina Anna, sonhar com chuva. Apenas um sonho.
A jovem e bonita menina ficara sozinha, em virtude de os pais haverem viajado em busca de algum serviço, nas frentes de trabalho do governo. Depois viriam busca-la, se a empreita fosse bem-sucedida. Enquanto isso, Anna, sobreviveria cuidando do que restou, do que um dia fora um sítio próspero. A menina tinha apenas nove anos, mas parecia um adulto com coragem e muita determinação. Ela acreditava que resistiria até a volta dos pais, e vivenciava todos os momentos naquele ambiente sagrado para ela, visto ser o único lugar que conhecia. Ali era seu mundo, sua vida, seu amor.
Assim, contemplava o alvorecer com o brilho do sol, o entardecer, com o firmamento pintado de ouro, e a noite a lua prateando a vegetação. Brincava com borboletas e colibris e cantava modinhas que sabia, para o tempo passar. À lua, Anna pedia guarnição, sentindo que era atendida conforme seu entendimento de criança. A saudade era tanta que às vezes Anna imaginava ser um beija-flor ou um bem-te-vi para bater asas e voando ir ter com sua mãe.
Os recursos de sobrevivência haviam se esgotado, inclusive com a morte dos animais e Anna sem água, foi definhando até prostrar-se ao relento, pois esperava saciar a sede com o sereno da noite e adormecendo, sonhou com a lua, astros, estrelas, e lagos d’água e mel no espaço. Ao despertar estava nos braços da mãe, falando para ela que o céu e as estrelas são lindos! Onde existem grandes lagos de água e mel. A mãe lhe servia pequenos goles d´água, quando o céu foi tomado por nuvens escuras e trovões rugindo no espaço e a terra ressequida, foi molhada por exuberante chuva. Os açudes, barreiros e riachos encheram. Anna e seus pais se alegraram, os animais corriam pelos prados e a natureza transformou todo o lugar num só vergel de encanto e ternura. Os pingos d’água pareciam instrumentos de vida. Anna abraçada aos pais admirava a força da natureza exercendo o seu reinado.