C o i s i n h a

Era filho da empregada de ma família rica, morava de favor com a mãe nu quartinho dos fundos da casa. Enquanto os filhos dos patrões estudavam numa escola particular e cara, ele após sua mãe suplicar muito conseguiu ser matriculado numa escola pública da periferia, muito distante. Sem material escolar completo, sem levar lanche, de roupas remendadas, mas fme no seu propósito, o menino começou a aprender. Sempre era gozado pelos filhos e filhas dos patrões. Chamavam-no de "Coisinha". Não deixavam que ele se aproximasse. Era discriminação clara que virou ódio quando ele começou a se distinguir na escola pública. iorou quando ele terminou o primário e o padre arrumou para ele uma bolsa escolar no ginásio da diocese. O garoto, já rapazote, er sempre o primeiro da turma. Resultado, os filhos dos patrões conseguiram que os pais arrumassem um jeito de casar a bosa escolar do garoto pobre. Conseguiram. Uma obscenidade. Fizeram mais: demitiram a empregada e os expulsaram do quartinho. Os dois fram morar na casa da irmão da empregada, num cantinho. Mas há sempre uma ala boa, interferência que sabe divina, um comerciante que conhecia o garoto além de empregar mãe dele e ceder um quartinho ara ela viver com o filho, empregou o menino na sua loja. Fez botou ele para estudar de novo no ginsáso dos padres, pagando seus estudos. Quando o garoto terminou o curso ginasial, sempre o primeiro da turma, esse comerciante financiou seus estudos na capital até ele se formar em Direito. Formou-se e temos depois passou num concurso de juiz. E foi nomeado justamente para a comarca da sua cidade. Imaginem a reação dos antigos patrões da sua mãe e dos seus filhos. Mas anão devido somente às perseguições que tinham feito ao garoto, mas ao fato de um dos filhos dos patrões estar respondendo a um grave processo. Fizeram um apelo a ma e dele, ela os enxotou da casa nova onde agora vivia. Nem ouviu o apelo deles.

No dia do julgamento, o juiz nada fez senão aplicar a lei. Condenou o filho dos patrões, sem levar em conta as perseguições sofridas, mas apenas a lei, unicamente a lei. Não demonstrou nenhum contentamento. Mas a mãe dele que assistia ao julgamento, ficou orgulhosae em parte satisfeita por saber que aqueles que tanto ml lhe fizeram estavam em parte sendo castigados. A velha gostou da sentença. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 24/07/2019
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