Um Conto de Gente Grande
Estava à beira da lagoa um sapo de nome Real, lastimando sua má sorte.Descontente pela sua vida difícil e sendo muito perseguido por seus predadores, resolveu embrenhar-se mata a dentro.
Chegou próximo a uma nascente e por lá ficou.Depois de alguns dias seu cardápio predileto tornou-se escasso,com fome não hesitou,a sua frente uma bela frutinha vermelha saboreou.Sentiu-se anestesiado,em sono profundo caiu e sonhou.
Sonhou que ainda estava na lagoa,quando se aproximou um porquinho de nome Dólar, resmungando a triste vida que levava e que daria tudo para estar ali,sobre uma folha, dentro da lagoa,banhando-se ao calor do sol.
O Real, ouvindo-o,exclamou:
_Olhe!Se você realmente quer tomar meu lugar neste paraíso, basta coçar a minha barriga e nós dois trocaremos de lugar.
Para sua alegria e espanto,o Dólar coçou-lhe a barriga.O Real que antes era sapo, agora com quatro patas, sai em disparada.Correu,correu,sem olhar para trás.Depois de muito correr e já cansado chega próximo a uma casinha coberta de palha.A porta aberta,ele cuidadosamente entra e é recebido por uma doce velhinha chamada FMI, com um enorme chapéu e longo vestido preto, que lhe dirige a palavra:
_Até que enfim,você chegou.
O Real, espantado, retruca-lhe perguntando:
_A senhora já me esperava?
Docemente a FMI lhe responde:
_Sim!Pois a janta já será servida e você é o prato principal!Rá,Tim,Bum!
O Real a minha sopa vai engrossar...Cabrum!
No mesmo instante, desce em vôo rasante um gavião, de nome Instabilidade, e o desperta do sono.
Contente por apenas ter sido um sonho, volta mais que ligeiro o Real para o berço de sua nação,a lagoa.
Mirão da Estrada