A palavra da época era "footing". Reza o Houaiss que quer dizer: "local numa cidade onde se faz esse passeio, esp. com objetivo de arranjar namorado(a)". O "esp." fica por conta do cão. A moçada ia prá lá e prá cá. Trotando incansavelmente. O menino, amigo do outro menino, pediu ao segundo menino para que fosse até a menina, que passeava com outra menina de vestido rosa e lhe perguntasse se queria namorar com ele (o primeiro menino) é claro. Amizade de menino é foda. Vale sacrifícios, porque não há maldade e sim ingenuidade. E lá se foi o menino, o segundo, perguntar a menina, de vestido branco se ela queria namorar seu amigo, o primeiro menino. Era uma menina de onze contra um pobre menino de treze anos. Mas era linda, a menina (de branco). Aí, bem, aí bateu a dúvida. Vale o sacrifício? “Vale não”, disse o diabinho do ouvido esquerdo. Mas promessa é promessa, ainda mais entre meninos de 13 anos. Então, a custo, a pergunta foi feita e a resposta foi um sonoro NÃO!! Carai, véi, pensou o menino, o perguntador. E agora? Certo que há uma razão pra esse Não tão veemente. O amigo vai sofrer, mas tem que saber. O menino então passou a mão nos cabelos, muito louros, espremeu seus olhos esverdeados e fazendo cara de galã do "bas fond" do cinema francês, lascou o maldito pronome: Por quê? A resposta veio firme e de pronto: - “Porque quero mesmo é namorar você”.
O primeiro menino tornou-se também meu primeiro desafeto. Ou seria rival? No entanto, a solução do imbróglio foi muito melhor para ele, e sobre isso posso falar de cadeira.
O primeiro menino tornou-se também meu primeiro desafeto. Ou seria rival? No entanto, a solução do imbróglio foi muito melhor para ele, e sobre isso posso falar de cadeira.