A gata Ágata

No começo foi complicado o relacionamento entre eu e Ágata.

Quem é Ágata? Ah...já ia passar com a carroça na frente dos bois . É uma gatinha que vivia na rua e vinha atrás de abrigo e comida. Era assustada e desconfiada. Buscava encontrar o que estava lhe faltando. Era o seu refúgio.

agradava do local. Era mais quentinho e um pouco mais seguro. Creio que as pessoas lhe maltratavam, pois era magrinha, pequena e triste.

Nossa relação começou insegura, mas logo procurei ganhar a confiança e compreender seu jeito de agir. Muitas

vezes me perguntava se deveria ser por acaso mas ela então se mostrou dócil, presente, agradecida. Seu miado era o recado...

Não exigia nada mas seus olhos clarinhos falavam por ela. Eu dava o que tinha e lá estava Ágata numa cena onde estava comendo, feliz e aliviada. Parecia a gente degustando chocolate.

permito-me agora, fazer cafuné em seus pêlos amarelados. Eu que me sentia abandonado, sozinho e angustiado pelos problemas que a vida me impôs, neste encontro, me vi capaz de conversar com a gata(por isso o nome Ágata) que em pensamento me pediu ajuda para sobreviver e se tornou um motivo para lutar contra injustiça, conseguindo ser minha professora e respondendo às perguntas que eu não encontrava respostas.

Eis que fui parar no mundo secreto dela e percebi que era muito semelhante ao nosso, mas

sem querer (ou não né), a lição que aprendi é que o amor oferecido deve ser retribuído. No começo é aquela desconfiança mas depois aprendemos que a retribuição do cuidado, carinho e preocupação se torna espontâneo.

Assim é a vida. Assim estou aqui com a companhia da Ágata que compreende que gratidão é impagável.

Quem disse que os animais são irracionais não consegue enxergar que através deles podemos verificar que temos muito mais para aprender do que ensinar.