Crime Inominável

Aconteceu ns chamados anos dourados (fim da década de 50 e começo dos anos sessenta), na cidade Arcoverde, a porta do sertão pernambucano. Havia na cidade uma empregada de uma livraria e tipografia, uma mulher ainda jovem viúva, muito educada e respeitada, todos a estimavam. Mas havia alguém que não apenas gostava dela, mas era apaixonado. Da admiração passou à paixão. Uma paixão obsessiva. Esse apaixonado era casado e filho de um dos maiores comerciantes da cidade.Ele gostava de beber as nunca fora violento. Nunca aparentou sinais de ser perigoso. Mas a paixão pela funcionária da livraria foi aumentando, virou uma obsessão perigosa. Ela nunca he dera nenhuma esperança, ne falava com ele, repelia qualquer tentativa de aproximação. Mas ele continuou insistindo. Várias pessoas tentaram dissuadi-lo dessa paixão obsessiva, mas ele continuou insistindo, e começou a beber demais. Mas apesar desse quadro e desses sinais de perigo, ninguém pensou que essa paixão desvairada pudesse redundar num crime inominável.

Certo dia, depois do expediente na livraria, no final da tarde, quase noitinha, ela se dirigia para casa quando no caminho, uma área deserta, foi abordada pelo obcecado que estava meio bêbado e furioso. Mais uma vez ela o rejeitou, o sujeito então puxou uma faca peixeira e deu dezessete facadas na mulher. Ela ficou morta no chão e meio a uma poça de sangue e ele, segundo contaram, em pé no local com a faca na mão chorando.Foi preso. Houve na cidade uma comoção muito grande, at´se pensou que iriam invadir a cadeia para linchá-lo. Mas isso não sucedeu. Mas a revolta foi muito grande. O pai do assassino contratou um dos melhores advogados do Recife para defender o filho, mas sabia que ele seria condenado principalmente porque não se conseguiram desaforar o juri. Foi realizado na própria cidade de Arcoverde.

Foi o maio juri da história da terra.O advogado da capital fez uma defesa empolgante baseado na tal violenta emoção, mas o assistente da acusação, um jovem advogado da terra conseguiu na tréplica vencer o grande advogado falando sobre a covardia e maldade do crime. O resltado foi o esperado, o que todo mundo achou justo, alguns até acharam pena leve, ele pegou ais de 30 anos de prisão.Foi encaminhado para a a casa de Detenção do Recife, onde expiou o crime por muitos anos, mas de dez anos depois conseguiu a liberdade provisória e alguns anos depois foi morar em São Paulo.Nunca mais ninguém teve notícias dele, a não ser, pasmem, pelo advogado da acusação.

Esse advogado então um famoso procurador federal estava com a esposa jantando num restaurante em São Paulo quando alguém tocou nas suas costas. Ele se virou e era o assassino, agora, óbvio, envelhecido, bem vestido e aparentando muita tristeza.O advogado se assustou mas o sujeito lhe disse calmo mas muito triste:

- Doutor, não tenha medo, eu nunca lhe faria mal, não lhe guardo nenhum tipo de rancor, nem de ninguém. O crime que pratiquei foi imperdoável. Depois que saída cadeia consegui refazer a minha vida, mas nao tem um dia, um só dia que eu me sinta em paz. Sou um desgraçado. Adeus.

Foi embora, nunca mais se soube nada dele. Realmente foi autor de um crime covarde e inominável. Inté.

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Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 30/05/2019
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