DO AMIGO IMAGINÁRIO AO AMOR PLATÔNICO
Nós adultos que, pela lógica natural da vida, um dia fomos crianças, talvez não traga na memória se teve ou não um amigo imaginário. Um amigo imaginário é caracterizado por um ser, pessoa, animal ou qualquer outra criatura idealizada e elaborada geralmente por crianças saudáveis e, que de certa forma, colabora no desenvolvimento cognitivo e criativo da linguagem e da criatividade do petiz.
Existem várias teorias sobre o tema. Todavia, não tenho conhecimento técnico para abordar e me aprofundar no assunto. O que pouco sei é que os pais não precisam ficar alarmados pensando que a criança sofre de problemas mentais ou são fenômenos sobrenaturais. Amigos imaginários surgem e desaparecem com o decorrer do tempo. A fase pode terminar por volta dos 11 anos de idade, quando a pessoa pode diferenciar o que é fantasia e o que é realidade.
É muito comum na infância ter um amigo imaginário, quando muitas crianças estabelecem intenso relacionamento com um ser fantasioso, podendo até mesmo ocorrer interações. Caso você presencie uma criança conversando sozinha, não se apavore provavelmente ela estará batendo um papo com o amigo imaginário.
Agora, na sua idade, se por ventura você vir a se relacionar com um ser que só aparece na sua imaginação, cuidado, pare de beber ou de cheirar. Caso não beba e nem cheire, talvez precise de tratamento e de um analista. Todavia, não se avexe quem sabe não seja um Amor Platônico.
Outra vez, não se avexe não. Amor Platônico pode ser qualquer tipo de relacionamento fantasioso, independentemente da questão sexual entre gêneros, pode ser simplesmente um caso de amizade imaculada entre dois indivíduos. Amor platônico também pode ser um amor não correspondido impossível de se realizar, cujas expectativas fantasiosas fogem à realidade.
No plano filosófico, para Platão, o Amor Platônico ou qualquer relacionamento platônico, se refere a algo absoluto, pleno, porém que só existe em um mundo abstrato, fora da realidade.
Entende-se por Amor Platônico aquele amor à distância, longe dos olhos, sem o toque, sem o tato, fantasioso, carregado de devaneios, onde o objeto do amor é o ser perfeito e sem ranhuras, pleno em sua excelência.
Pode ser que em um dia, na sua infância, você tenha se relacionado com dezenas de amigos imaginários. Pode ser também que em uma fase adulta de um sonhador apaixonado, tenha se relacionado com vários amores platônicos, frutos da imaginação. Pode ser.
Mas os relacionamentos não cessam, são inerentes à natureza humana. Com o advento da informática e das redes sociais, as condições se degringolaram, agora temos o Amigo Platônico, o Amor Imaginário, o Platônico Imaginário e o Amor Amigo e, alinhado à tecnologia e a participação efetiva de um verdadeiro internauta em todas as mídias, reina a satisfação quando curtem suas postagens. Por outro lado, sofre-se quando os amigos não dão a mínima para o seu post no Facebook, muito menos correspondem ao que foi enviado no Whatsapp.
Assim como vivemos momentos de devaneios usando apenas a imaginação quando criança, ou de delírios de um adulto sonhador, vivem-se também momentos abstratos no mundo cibernético, em busca de relacionamentos virtuais com seres humanos e relacionamentos humanos com seres virtuais.