Era uma vez um torturador...

Quando o sistema ditatorial entrou em estado de coma, os primeiros a temer a volta da democracia foram justamente os elementos o aparelho repressivo, principalmente o time dos torturadores. Tanto os executores quanto os andantes. Temia represálias porque nao haviam exterminado todos os presos que torturaram. Alguns estavam vivos e bulindo, e fazendo denúncias. As denúncias não os incomodavam tanto, mas as possíveis represálias sim. Havia os que não aceitaram a tal anistia ampla. Eram esses que a base da repressão temia.

Um dos torturadores, especialista em torturar mulheres e jovens estudantes, inclusive assassinar depois da torura e dar fim aos corpos,era um sujeito que posava no bairro e rua que morava, pasmem, de cidadão educado, cristão (ia assiduamente à missa), pai de família exemplar. Ninguém conhecia o seu trabalho sujo, cruel e assassino nos porões da ditadura. Nem a família sabia. Ele com a agonia da ditadura foi ficando tenso, temia ser desmascarado e apontado como torturador e assassino. Como iria encarar a família e os conhecidos? Mas o seu aior medo nem era esse, mas uma retaliação radical dos torturados que escaparam da morte. Ele estava completamente em pânico. Não era corajoso, quando fazia o "trabalho" já pegava a vítima imobilizada, não era de enfrentar um homem frente a frente, nunca fora, se borrava de medo. Começou a tomar tranquilizantes. Não sabia o que fazer, os chefes aconselharam-no a mudar de cidade e de vida. Mas como? Não tinha coo justificar uma mudança. De repente desativaram todos os centros de tortura e colocaram o pessoal em funções burocráticas, encostados em órgãos governamentais, aposentaram, enfim, livraram-se da tropa toda. Ele foi colocado nua repartição numa função burocrática, carimbando papéis, até que certo dia...

Cero dia quando saiu do serviço no seu fusquinha foi cercado numa estrada e sequestrado por um grupo que não identificou mas sabia serem sobreviventes das torturss. Fi amarrado e encapuzado e levado para uma fazendola. L[á retiraram o capuz e começaram a lhe mostrar um pau de arara uma cadeira do dragão, ma maquininha de dar choques, um quarto escuro... Um dos sequestradores afirmou que ele iria passar por todas as fases das torturas em que era especialista e depois seria fuzilado e seu corpo "desaparecido"., mas iria sofrer devagarinho, bem devagarinho... Ele fcou tremendo que só vara verde. mijou-se, cagou-se, chorava feito menino novo, falava que era apenas um funcionário, a culpa era ds chefes, começou a peir penico mas os cars nem ligavam, passou um dia, dois, três e ele desesperando, gritava, vomitava, rezava e começou a endoidecer, a arrancar s cabelos e se ferir. Após se acovardar, enlouqueceu. Quando constaram que o torturador estava completamente em frangalhos soltaram-no nu numa estrada, sem um arranhão no corpo mas com a mente liquidada pelo medo.

Nunca mais voltou ao normal, foi piorando, sempre com medo de voltar a ser sequestrado, até que um dia se suicidou toando formicida. Era uma vez um torturador. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 20/05/2019
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