Por acaso

O relógio já contava onze horas da manhã, e a senhorita Dolly aguardava ansiosamente o fim do expediente, tinha muitas preocupações, e há dias não se alimentava e nem dormia normalmente.

- Quer vir aqui um momento, senhorita Dolly? Tenho um assunto para tratar com a senhora - falou o chefe.

- Sim senhor, eu não estou...hm...bem... Poderia sair mais cedo?

- Oh! Bem, trataremos o assunto e veremos. É algo sério e importante, mas é rápido.

- Oh! Pois bem. Adiante-se.

- Estou enfrentando uns problemas, e a senhorita... É! Só a senhorita pode me ajudar. Minha esposa está tão dispersa, sem gosto de viver. Dá impressão que não me ama mais, mas sei que me ama. Penso que... bem... A senhorita que é elegante, inteligente, charmosa... Me dê uma mãozinha. Pensei em tantas, mas só a senhorita tem seus bons predicados. Ah se minha Estela me tivesse ciúmes... E o seu irmão... Nossa! Não o suporto! Queria...bem...

-Senhor! Me desculpe! Se acaso o senhor acha que aceito lhe ajudar, está enganado! Não quero me relacionar com o senhor nestas proporções! Não é porque meu irmão (da sala ao lado) sai todos os dias às nove horas da manhã do escritório para ficar com sua amada e querida Estela, que vou querer namorar o senhor. Meu irmão sente ciúmes, porém eu não desejo entrar na vossa história de traições, nem me comprometer.

- Quê? Senhorita Dolly? O que disse? Minha Estela e... O seu...seu...Durval? Quê? Ela me trai com ele?

- Achei que o senhor sabia...!

- Não, eu queria que você, a senhorita, sei lá, convencesse minha Estela a vir trabalhar no escritório, e seu irmão é machista, mas... A partir de agora ele está demitido, levo chifre, mas não me deixo cuidar.

2016