O SER TRANSITÓRIO

Dan Albert era um homem extremamente solitário, sua família havia ficado em uma das colonias disputadas de Israel. Desde cedo empenhou-se em leitura. Com o tempo aprendeu sua profissão de Artesão, contudo mais adiante encantou-se com programação de computadores.

Dan conquistou rapidamente um nicho de mercado que havia percebido em Israel, mas seus anseios começaram a ultrapassar a realidade ali vivida.

Na década de 90 veio para os Estados Unidos onde trabalhou em grandes corporações com intuito de aprender mais sobre sua nova profissão. No fim da década de 90 já havia construído um negócio muito rentável que já contava com 5 lojas e um escritório central, sua habilidade mais notável era no desenvolvimento de novos softwares para grandes companhias além de compra e vendas de ações na bolsa e negócios esparsos no ramo de eletronicos.

Em 2011 Dan veio para o Brasil em busca de novas oportunidades, mas manteve suas lojas nos Estados Unidos. Neste ano soube do falecimento de seu Pai, ligou para os familiares e deu-lhes condolências, mas faltava-lhe o sentimento. Dan pela primeira vez refletiu sobre sua vida, distante da família há muito tempo de fato não sentiu a morte do Pai, mas acreditava ser isso algo natural do tempo, enfim todos são transitórios neste mundo, um dia expiram e morrem.

No auge de 2014, Dan se considerava uma pessoa vencedora, dono de uma fortuna estimada em quase 1 bilhão de dólares, sua sede contudo era ultrapassar esta barreira, o que ocorreu quase um ano depois. Nesse ínterim levava uma vida atribulada, dedicada ao trabalho, poucas horas de sono, muitas horas extras de trabalho e planejamento. Quase sempre suas poucas horas de sono lhe traziam terriveis pesadelos...

Era uma noite célebre, ele havia programado uma festa na boate mais requintada da cidade para comemorar o seu feito promissor. Pessoas distintas e bem vestidas chegavam, carros luxuosos estacionavam. Tudo era festa e esplendor, enfim havia ultrapassado seu primeiro bilhão...

Após a virada do ano com novos planos de crescimento e expansão no mercado, seus sonhos se extendiam como um tapete no céu. A grande festa havia começado, pessoas de alta classe bebericam ao redor dele lhe tracejando sorrisos que ele sabia, eram falsos.

Diante de um numero grande de pessoas que apinhavam o hall central ele fez um breve discurso, onde seguiu-se uma salva de palmas.

E já ao cair da madrugada Dan que tinha uma taça de champagne entre os dedos sentiu algo estranho, seu coração falhara. A bela mulher que o acompanhara pediu licença para ir ao Toilete, na verdade pensava que ele estava mal devido ao alcool e iria vomitar. Dan sentia dores fortes do peito, resolveu correr ao banheiro, estacou no meio do corredor, o ar parecia lhe faltar. Tentou se acalmar, um homem já um tanto embriagado aproximou-se, Dan sentiu o cheiro forte do seu hálito ao lhe falar: - Que houve amigo, tá doidão? Olha, eu acho que lhe conheço!

Dan correu ao sentir que o ar não lhe voltara, uma sensação de sufocamento... Dores mais fortes no peito, Dan caiu ao chão, virou-se contra a parede tentando respirar mas sem sucesso.

Nos minutos que se seguiram o ar muito rarefeito que entrava nos pulmões era insuficiente, a visão ficou turva, ele desmaiou.

O homem embriagado que lhe seguira entrou no banheiro, vendo-o ali caido ao chão chutou-o:

- Acorda vagabundo! Aqui não é lugar de dormir... hum!

...O tempo passou rápido, e quando já inconsciente, Dan parecia se debater incansavelmente como que em dores de uma aflição jamais pensada, lembrou-se do Pai que morrera anos atrás longe dos seus olhos e do coração. Ele agora sozinho, agonizando não tinha ninguém pra lhe ajudar, apesar de ter 1 bilhão de dólares, Dan faleceu naquele banheiro, como um morador de rua jogado ao chão sem honra nem amor... Fim.

*** *** ***

De fato como diz Jesus na parábola do rico tolo, sobre o homem que construiu muitos celeiros para juntar sua produção, sem saber que na mesma noite que arrazoara e se gabara no coração estar tranquilo financeiramente para sempre, lhe pediram a vida. Lucas 12:16-21

Que sempre haja em nós, não a soberba e a ganância, mas a humildade e a consciência célere de nos enxergar como " O ser transitório" deste mundo sombrio, onde as alegrias fúteis são breves como a brisa de uma noite de verão. Que sejamos ricos para com Deus com boas obras, pois nada levaremos desta vida.

Mario B Duran
Enviado por Mario B Duran em 03/04/2019
Reeditado em 03/04/2019
Código do texto: T6614527
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