O começo de tudo...
Ouço o barulho da chuva, batendo no telhado, deslizando suavemente pelas folhas de uma árvore e caindo em gotas em meu rosto. Ergo os braços e agradeço aos céus por isso, agradeço pela vida. Estou molhado, mas não me importo, eu não ligo, pois eu gosto disso, dessa sensação.
Levanto meu rosto e deixo a chuva cair sobre mim. Um vento forte vindo do leste sopra em minha face, meus cabelos dançam e o meu sorriso se abre, estou feliz. Vejo a vida passar em segundos. Sinto a morte se aproximar em uma velocidade nunca vista, ela está chegando.
Um raio risca o céu azul, tão azul que parece ter sido feito com giz de cera, contemplo-o. E nessa contemplação tresloucada, sinto o ar fluir, sinto meus pés saírem do chão, parece que estou flutuando; mas não estou.
A chuva para, e um arco íris gigantesco começa a se desenhar no céu. No meu peito uma dor enorme. Dor pela despedida, dor pelas pessoas que estou deixando, no entanto, vou embora cheio de amor, amor que dei, recebi, distribui e colhi. Sou a vida, representado pela chuva e também sou a morte, um arco íris que significa o começo de tudo.