CINQUENTENÁRIO

O calendário registrava: dia quatro de fevereiro de um mil, novecentos e sessenta e nove. Uma linda manhã de uma terça-feira. A jardineira estaciona na pequena rodoviária da também pequena cidade de Estrela do Sul, no Triângulo Mineiro. Descemos: eu e a minha pequena mala. Estiquei o pescoço e vi logo ali atrás as águas do Rio Bagagem escorrendo tranquilamente por debaixo da pequena ponte que unia os dois lados da cidade. Perguntei a alguém: - Onde fica a Agência do Banco do Brasil daqui? - Logo ali depois da ponte - apontou o estranho para o outro lado do rio.

Primeiro registro: no andar superior do prédio havia uns quatro ou cinco alojamentos funcionais com sacadas com vistas para o Bagagem. Fotografei mentalmente essa primeira imagem, guardando-a para sempre na memória.

Caminhei até à Agência, esta postada na principal e única praça da cidade, onde também moravam o gerente e o subgerente em imóveis funcionais também, bem ao lado do prédio do banco. Também ficavam ali a padaria, o clube e dois dos principais bares: um mais dado à venda de refrigerantes, sorvetes e doces e o outro de...cachaça mesmo. Este era o "point" inclusive dos bancários aos finais dos expedientes.

A Agência ainda estava fechada para o público, mas a turma já estava lá se preparando para mais um dia de...de...de marasmo mesmo. Era um sossego só naquela bucólica cidadezinha.

Bati na porta envidraçada em quadrículos: abriram e eu apresentei a "Ordem de Posse". Eu acabava de me tornar mais um orgulhoso

funcionário do Banco do Brasil S.A. E isso há cinquenta anos e eu só tinha vinte e dois. Que lembrança maravilhosa! Que saudade!

AGOSTINHO PAGANINI
Enviado por AGOSTINHO PAGANINI em 01/02/2019
Reeditado em 02/02/2019
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