QUANDO O UNIVERSO CONSPIRA A FAVOR DE UM GRANDE AMOR - Parte V

(Sugiro aos caros leitores, que antes de prosseguir a leitura, leia as partes anteriores - se ainda não o fizeram - para uma melhor compreensão. Obrigado)

Rosália era uma menina muita recatada, reservada e acima de tudo discreta. Por isso, no seu endereço para correspondência constava apenas a caixa postal – muito comum naquela época, ora para garantir o não extravio das correspondência, ora porque as agências dos correios não dispunha de carteiro para a entrega, etc e tal - para não correr o risco de algum inconveniente vir lhe importunar. Para tanto, foi na agência dos correios e adquiriu uma.

Assim que viu seu anúncio publicado, passou a ir regularmente verificar na sua caixa postal se havia chegado alguma correspondência, fato que demorou alguns dias para acontecer.

Enfim recebeu a sua primeira carta. Não abriu de imediato, esperou chegar em casa para o fazê-lo. Foi àquela emoção, a expectativa era enorme para saber o conteúdo. Era sua primeira experiência, até mesmo para abrir o envelope não foi fácil, não tinha muito costume em lidar com aquilo.

Foram chegando cartas de todos os estados. No início ela respondia todas sempre com carinho e atenção. Mas à medida que a quantidade foi aumentando, ela não dispunha de tempo para fazê-lo e assim, passou a responder apenas àquelas que lhe chamasse mais à atenção.

Algumas ela prosseguia correspondendo, estreitando o relacionamento. Por vezes, havia até troca de fotografias, coisa que muito das vezes levava o relacionamento a ficar mais interessante e/ou vir a se romper.

Rosália era também uma menina muito perspicaz, sempre que alguém lhe solicitava o envio uma foto sua, ela dificultava o máximo e quando o fazia nem sempre enviava sua foto, solicitava alguma colega e ou parente para emprestar.

Ela lia com atenção e analisava cada correspondência, tentando enxergar como seria a alma daquele que lhe escrevia e se, algum deles poderia ser o seu príncipe encantado.

À medida que o tempo passava, as cartas iam diminuindo, agora eram mais espaçadas.

Já se passara mais de 6 meses desde publicação do anúncio e nenhuma correspondência havia lhe chamado a atenção de maneira que mexesse com o seu coração sonhador.

Rosália chegou a se entusiasmar com a tal “brincadeira” vendo ali, uma oportunidade de conhecer o homem dos seus sonhos, mas até aquele momento nenhum dos que havia lhe escrito, mexeu com o seu coração.

Já um pouco desiludida, passou a apenas ler as correspondências sem respondê-las.