Onde está o pote dourado?
Caros leitores, não é de hoje que a temática sobre a tão aclamada busca pela felicidade nos faz refletir, entranhar-se, cada vez mais, nos complexos processos de amadurecimento e metas egoístas de crescimento substancial que a sociedade midiática tanto nos faz desejar.
Diante de um campo altamente subjetivo, o que nos faz atingir a magnitude da felicidade plena? Ou pior, o que faz com que muitos nem sequer tenham provado do mel desta, aparente, inócua ambrosia dos tempos modernos e pensantes?
A felicidade parte do pressuposto que pode ser alcançada por todos, bastando o querer. Seria verdade isso? E se o vazio que permeia as almas de alguns, encharcados de desilusões e frustrações, fosse uma muralha alta e intransponível o suficiente para que a luz do pote de ouro nunca pudesse ser vista?
É estranho como muitas vezes possa se sentir fora de sua casca protetora, não como uma projeção astral, mas sim como se estivesse apto para analisar e julgar, como um observador impassível de emoções, aquele corpo ambulante que segue o dia a dia sem nenhum propósito, confuso em seus pensamentos e declinante a aceitar que de fato, talvez, sua vida não seja relevante o suficiente para preencher o requisitos mínimos de uma vida florescida e próspera do outono de outrora.
A angústia torna-se quase que um companheiro essencial, alguém para te fazer sentir que no seu corpo ainda habita a vida, mesmo que sem representatividade operante. É estranho, quase insuportável, estar em um casamento de altos e baixos com a vida e flertar com a morte a cada noite mal dormida.
A força, sim, de querer continuar mesmo sem ter motivos para tal é que é magnífica e tristonha, já que ela mantém um peixe vivo no aquário dentro de um forno inox a 150 graus.
Talvez não se trate de "como", "porque" ou "o que".
Mas talvez de "quando".