QUANDO O UNIVERSO CONSPIRA A FAVOR DE UM GRANDE AMOR - Parte IV
Parte IV
(Sugiro aos caros leitores, que antes de prosseguir a leitura, leia as partes I,II e III - se ainda não o fizeram - para uma melhor compreensão. Obrigado)
Ele se acomodou no Trem. Procurou um assento que ficasse do lado da janela. Gostava de ficar sentindo a brisa bater no seu rosto.
As viagens de Trem de Ferro tem a prerrogativa de não se ter muita poeira e por assim ser, se podia viajar com as janelas abertas tornando a ventilação do ambiente dentro dos vagões mais amena.
O Trem deu partida, deixando para trás as últimas casas da cidade, alcançando sua velocidade normal e quase constante de percurso, que provocavam nos vagões algumas sacudidas que, misturadas com os balanços ritmados, mais parecia o embalo de uma canção de ninar.
Pela janela, Rodrigo observava a vegetação passando rapidamente e seus olhos atentos, contemplava tudo ao redor, não queria perder nenhum detalhe na paisagem, que por alguma razão pudesse ter modificado naquele tempo em que esteve ausente. Gostava das suas raízes, à medida que o Trem seguia, ia-se sentindo mais em casa.
Apesar da brisa que adentrava pelo vagão, o calor era presente e de maneira inquietante.
O Sol escaldante pendia para o horizonte, dando sinal de que a tarde já se iniciara. O ambiente dentro do vagão de passageiros era um contraste: de um lado - o lado do nascente – havia sombra e entrava a brisa mansa; do outro lado – o poente – era só calor, as janelas tinham que ficar fechadas.
Apesar de tudo isso, aquele ainda era o melhor meio de transporte - o único que existia por aquelas bandas.
Na verdade, o Trem era a alegria daquele Sertão Mineiro, sempre trazendo e levando pessoas; sempre trazendo e levando mercadorias, animais, etc.
Na sua trajetória, ele ia dando movimento, dando vida àquelas paragens; ora parando aqui, ora ali; deixando alguém, pegando alguém... e assim, colaborando para o desenvolvimento daquela região tão desprovida.
Rodrigo começou a folhear a revista, tentando encontrar alguma coisa mais interessante do que fotonovelas.
Não que a revista não lhe fosse familiar, apenas não tinha muito intimidade com a tal, já que era uma revista mais direcionada para o público feminino.
Leu tudo que achou de interessante, até mesmo a fotonovela. Tentou cochilar um pouco.
Mas o tempo lhe era gracioso ou seja, tinha muito tempo para gastar naquela viagem por isso, procurando algo mais para entreter, voltou na revista e procurou ler os assuntos menos interessantes e um deles foi a página correio sentimental.
Correu os olhos rapidamente pelos anúncios, sem lhes dar muita importância. Porém, teve um que lhe chamou a atenção. Voltou o releu: mulher sonhadora, loira, olhos azuis, procura homem para grande amizade e quem sabe, futuro compromisso.
Daquele instante em diante, ficou com o anúncio encasquetado nos pensamentos.
Os dias que se seguiram das férias, voltou a reler o anúncio por várias vezes e resolveu que iria escrever assim que voltasse para faculdade.