O Heterossexual Marginal
"Heterozinho... Heterozinho..." - Cantarolavam os colegas de escola ao redor do menino "diferente" da escola - Mário da Penha - heterossexual desde que se entende por gente.
Que vida desgraçada teve Mário da Penha. Mal tinha começado a vida e já era alvo de chacotas e até surras simplesmente por não se identificar com o que a sociedade chama de "orientação sexual normal".
Na adolescência,não poderia ser diferente. Quando seu pai percebeu sua preferencia por carrinhos, lutas e filmes de violência decidiu que ele precisava era mesmo perder o cabaço na zona por algum puto bem dotado. "Vira gay seu doente!" - Gritava aquele que um dia prometeu protegê-lo e amá-lo.
Seu outro pai se compadecia dele, tentava consolar, mas nada podia fazer quando o provedor da casa resolveu expulsar Mário Da Penha da casa.
Seu diploma de advogado e seus sucesso com processos ganhos não garantiam que seus patrões não o demitiriam. Era uma demissão atrás da outra tão logo sua heterossexualidade viesse à tona.
Que merda! Por que eles achavam que o fato de gostar de mulheres influenciava na minha competência profissional? Um homem não tem o direito de foder com quem quiser sem ser julgado por isso? - Se perguntava .
Mesmo diante de tanto preconceito, Mário da Penha se casou com uma mulher, sim, era esperado dedos apontados e muita murmuração. Nada impediu que eles constituíssem família, tivessem filhos. Outra luta se iniciava. Como diabos pais heterossexuais vão criar filhos sem influência-los a ser heterossexuais também? - Indagava a sociedade.