AMOR EXCESSIVO ÀS POSSES

Tenho um amigo cuja idade eu não sei ao certo, só sei que tem mais de 66. Ele tem posses, tem fazenda com muitos bois e vacas; tem casa boa, carro caro, etc...

Sempre passo por sua rua e logo o avisto na sua cadeira em sua calçada do lado da sombra e com muita ventilação. Sempre que posso, encosto para bater papo, mas o assunto com ele, sempre descamba para “choradeira” sobre seus bens e trabalhadores que precisam ser pagos e cerca quebrada, etc...

Percebo que ele não viaja com a esposa, não frequenta restaurantes, não tem luxo. O problema é que segundo ele próprio, vive de maneira simples para que ninguém perceba que tem posses, não sinto uma simplicidade nata, mas apenas com receio de que lhe tomem o que tem.

O homem fez fortuna, mas não vive essa fortuna; quando morrer, o filho vai destruir tudo... O meu amigo é preocupadíssimo com o dinheiro e vive chorando miséria – Não posso entender como alguém possa ter tantos bens e viver reclamando com pena de gastar ou investir numa vida mais cômoda e divertida.

Tudo aqui passa... O dinheiro só tem valor, aqui. Simplicidade é uma coisa, mas se furtar de uma vida melhor por pena de gastar sua fortuna é outra, é ser mesquinho e ao mesmo tempo, tolo.

A propriedade do homem é imensa e precisa sempre de manutenção, mas reclama que gasta muito com os trabalhadores e encerra a limpeza pela metade para poder economizar, então vem à chuva e faz crescer o mato todo novamente e no final, ele acaba gastando até mais...

Há dias que não encosto porque já sei que ele vai choramingar despesas – falar de dinheiro, de posses – Nem todo dia a gente está a fim de ouvir essas coisas... Ele é uma pessoa legal! Gosto dele da esposa dele, mas não aguento ver esse apego excessivo às posses.

Aconselhar ao contrário, eu já tentei, mas não adianta – Não viaja com a esposa pra não gastar, não se veste melhor pra ninguém perceber que tem condições, não vai ao restaurante achando que comer em casa vai gastar menos e não aceita nenhum conselho que fuja a essa vida que leva.

Não quero uma vida assim... Se eu posso, como bem, me visto bem; viajo passeio bastante, conheço lugares, pessoas, etc... Se eu trabalho muito então tenho que viver muito, devo usufruir dos frutos desse trabalho, enquanto posso.

E ainda assim, não têm faltado recursos para sempre ajudar quem precisa.

Fim.

Luciênio Lindoso
Enviado por Luciênio Lindoso em 18/01/2019
Código do texto: T6553864
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