O verdadeiro canalha

Ele se sentia bem em não estar apaixonado por nenhuma mulher. Era tão carismático quanto solitário. Um homem de mente brilhante e coração gelado.

Descarregava todo seu brio e poder de sedução no puteiro da cidade. Lá ele podia ser ele mesmo, livre de todos os protocolos românticos. Simplesmente escolhia uma mulher e trepada com ela sem se preocupar com seu desempenho ou em ligar no dia seguinte. Causava-lhe até náuseas imaginar o esforço para conquistar uma bela mulher unicamente para receber prazer sexual e ainda ter o ônus de ser acusado de ser um canalha por não ter se apaixonado depois da trepada fenomenal. Preferia pagar por prazer a tê-lo de graça em troca de paixão de "fêmea" magoada. Escapar da fama de canalha nunca foi uma meta, afinal ele conseguia ter o sono dos justos por não barganhar coisas sagradas do coração.

Certa vez, ele tentou explicar isso ao irmão mais velho - homem de moral, casado, pai e amante de pelo menos umas cinco mulheres apaixonadas e esperançosas do término do casamento dele - não deu certo. Preferiu ficar com a fama de canalha. Seu irmão que ficasse com a fama de "homem de bem" e fodesse os corações alheios.

Carol Galvão
Enviado por Carol Galvão em 12/01/2019
Reeditado em 21/01/2019
Código do texto: T6549157
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