O Senhor Bugalho, e Cia
Sabe aquela estória da buzina do carro e a criança com a bola na mão?
Já viu a nuvem fervendo, no Céu e na Serra, anunciando que a chuva berra a chegada?
E o sonho no final da noite com a amizade da infância fazendo-se de difícil, não cumprimentando quando passa, somente porquê não passou a cola no dia anterior?
Nem diga aquele estado nele da gente suja chegando em casa depois das brincadeiras de roda e queimada.
Fotografias das lembranças
A gente tira a hora que quer; de dia, de noite no sonho.
O que cresceu, o que mudou? Nossa pele e osso, a habilidade para fazer coisas de adulto?
O leite tirado da vaca no curral direto dos mamilos dela no copo com açúcar e café , saía fumacinha! A espuminha ficava em volta da boca, diziam as crianças que era bigode. Era somente palhaçada...felicidade mesmo!
O bugalho, nem diga! De tanto jogo, viviam ensebados, os cinco embrulhinhos costurados a mão que a mãe fazia para a turma jogar. Tinha um que estava furado, nas passadas, escapava um ou dois grãos de arroz dele. Foi assim até quase esvaziar.
E dezembro chega, vai, janeiro dita o início do giro do ciclo.
Pamonha na época das águas, o milho e a bagunça, o jogo de empurra para lavar a louça e o chão da cozinha ao final.
E o prato com cinco delas para serem devoradas. A expectativa do faminto de encontrar a fatia do queijo derretido em todas.
Tomar água fria depois? Jamais.
Quem é mais forte, teimoso em ficar. Nós ou as recordações?
O queijo fresco produzido na terrinha, com o doce de leite de lá, dá água na boca somente de lembrar. Tem o mesmo gosto desde que mamava na mamadeira, e chupava chupeta.