O velório
Eduarda não gostava de velório, mas teve que comparecer àquele porque era do pai do dono da empresa em que trabalhava e todos foram liberados mais cedo para prestar-lhe as últimas homenagens.
Ao chegar ao local achou tudo muito tranquilo. Velório de rico! Pensou. Choros comedidos, abraços suaves, nada daqueles que deixam a viúva por uma semana com dor nas costelas de tanto aperto; as roupas pareciam de festa. Lembrou-se dos velórios em sua casa, era um escândalo de tanto choro! Sempre tinha alguém querendo pular no caixão. No velório de seu pai, sua mãe agarrou-se ao corpo do marido quase derrubando o caixão. E, olha que viviam “às turras”.
Quando retornou desses pensamentos, notou que um anão estava ao do caixão se esticando todo tentando olhar o rosto do defunto, mas sua altura não lhe permitia. Num ato impulsivo, se ofereceu para levantá-lo. O anão ficou revoltado, começou a xingá-la de todos o nomes possíveis! E pelo visto, ele tinha um vocabulário bem extenso. Não conseguia entender porque tanto desaforo por causa de uma ajuda!
Saiu discretamente de perto do caixão, mas não adiantou, o anão ficou cercando-a onde quer que fosse. Estava envergonhada, as pessoas a olhavam como se tivesse batido no anão. Não teve jeito, acabou indo embora do local.
Durante muito tempo ficou com trauma de anão. Porém, num aniversário infantil da filha de uma amiga, o destino resolveu colocá-la novamente em contato com um. Após o término da festa, sua amiga pediu-lhe que deixasse em casa o anão que tinha feito a alegria da criançada pintando-as com linda borboletas nas faces, pois morava na direção que ela passaria.
Apesar da treta anterior, decidiu levá-lo. Mostrou-se ser uma decisão acertada, pois, diferentemente do outro anão, esse era bem bacana, muito divertido e a fez sorrir durante todo o trajeto. Sentado no banco de trás do carro, falou de sua vida no circo e no seu dia a dia como animador de festa infantil. Ao chegar a casa foi dormir tranquila, sentindo-se leve, reconhecendo que julgou mal todos os anões por uma atitude equivocada de um.
No dia seguinte, logo cedo seu marido a chamou:
- Você deu carona para alguém?
- Sim. O que houve?
- Veja como está o carro!
- Eduarda não acreditava no que via. O anão tinha feito desenhos nos bancos traseiros e até no teto do carro. Ficou pensando como ele tinha conseguido fazer tantos desenhos sem que ela percebesse.
Enquanto seu marido reclamava que ia ficar tudo manchado, ela só pensava que era preciso muito talento para desenhar no escuro. Mas decididamente não levava sorte com anão! Aquele pensamento a fez sorrir. Não estava zangada, queria apenas sorrir de si mesma!
Imagem do Google.
Ao chegar ao local achou tudo muito tranquilo. Velório de rico! Pensou. Choros comedidos, abraços suaves, nada daqueles que deixam a viúva por uma semana com dor nas costelas de tanto aperto; as roupas pareciam de festa. Lembrou-se dos velórios em sua casa, era um escândalo de tanto choro! Sempre tinha alguém querendo pular no caixão. No velório de seu pai, sua mãe agarrou-se ao corpo do marido quase derrubando o caixão. E, olha que viviam “às turras”.
Quando retornou desses pensamentos, notou que um anão estava ao do caixão se esticando todo tentando olhar o rosto do defunto, mas sua altura não lhe permitia. Num ato impulsivo, se ofereceu para levantá-lo. O anão ficou revoltado, começou a xingá-la de todos o nomes possíveis! E pelo visto, ele tinha um vocabulário bem extenso. Não conseguia entender porque tanto desaforo por causa de uma ajuda!
Saiu discretamente de perto do caixão, mas não adiantou, o anão ficou cercando-a onde quer que fosse. Estava envergonhada, as pessoas a olhavam como se tivesse batido no anão. Não teve jeito, acabou indo embora do local.
Durante muito tempo ficou com trauma de anão. Porém, num aniversário infantil da filha de uma amiga, o destino resolveu colocá-la novamente em contato com um. Após o término da festa, sua amiga pediu-lhe que deixasse em casa o anão que tinha feito a alegria da criançada pintando-as com linda borboletas nas faces, pois morava na direção que ela passaria.
Apesar da treta anterior, decidiu levá-lo. Mostrou-se ser uma decisão acertada, pois, diferentemente do outro anão, esse era bem bacana, muito divertido e a fez sorrir durante todo o trajeto. Sentado no banco de trás do carro, falou de sua vida no circo e no seu dia a dia como animador de festa infantil. Ao chegar a casa foi dormir tranquila, sentindo-se leve, reconhecendo que julgou mal todos os anões por uma atitude equivocada de um.
No dia seguinte, logo cedo seu marido a chamou:
- Você deu carona para alguém?
- Sim. O que houve?
- Veja como está o carro!
- Eduarda não acreditava no que via. O anão tinha feito desenhos nos bancos traseiros e até no teto do carro. Ficou pensando como ele tinha conseguido fazer tantos desenhos sem que ela percebesse.
Enquanto seu marido reclamava que ia ficar tudo manchado, ela só pensava que era preciso muito talento para desenhar no escuro. Mas decididamente não levava sorte com anão! Aquele pensamento a fez sorrir. Não estava zangada, queria apenas sorrir de si mesma!
Imagem do Google.