Lembro-me dos natais passados, na casa da minha avó
materna. A mesa do almoço era posta sob o parreiral, costume
que meus antepassados trouxeram da Itália, isto quando o tempo favorecia. As uvas nessa época do ano, já estão maduras, o aroma é indescritível! Minha avó, nesse dia, madrugava, e já iniciava o preparo das iguarias, tudo feito em fogão a lenha, minha mãe, tias ajudavam, sob sua orientação, porém, a arrumação da mesa, era tarefa só dela, não admitia ajuda de ninguém. Italiana de estatura elevada, apesar da idade mantinha a elegância e altivez, até para carregar nos braços, a toalha e guardanapos de linho, impecavelmente passados, detalhe, (tudo bordado com as iniciais do esposo, meu avô) falecido há anos!
Ficou marcante em minhas lembranças, as tigelinhas de porcelana contendo, alecrim, macerado, estrategicamente dispostas sobre a mesa, com a finalidade de aromatizar o local da refeição. Inspecionado todos os detalhes, era servido o almoço, céus, minha avó preparava as refeições, com um tempero, cujo sabor, nunca mais provei igual! Ninguém se sentava à mesa, antes do término da oração natalina, sempre proferida pela matriarca! Vinho, só os adultos tomavam, para as crianças preparavam uma bebida leve, com água, frutas picadas, açúcar, e um pouco de vinho! Era grande o número de pessoas nestas ocasiões, pouco a pouco, quase todos se foram. Desta tela mental natalina, que visualizo, só restam meus primos, as lembranças de um tempo bom, onde o respeito pela data, alegria, fraternidade eram a tônica da festa. Presentes, só as crianças recebiam, coisas simples, mas que preenchiam nossos corações de euforia! Que saudade!
Nadir A. D’Onofrio
01/12/2012-17:36h
Serra Negra-SP
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