Estimado cachimbo
Um dia desses reencontrei Zé fumando o seu estimado cachimbo na praça da Liberdade em BH.
Fazia alguns meses que a gente não se esbarrava, e eu nem me recordava se ele ainda trabalhava com as embalagens na Arpell. Só sei que ele me devia um cafezinho que até esfriou com tamanha demora em marcar um bate papo na La Paneria.
O tempo passou e eu arrumei um loirão, e administrar tempo entre casa, trabalho, faculdade, igreja e namorado, não tem sido um desafio muito simples, afinal, os amigos acabam sendo sacrificados no meio dessa confusão gostosa.
Entretanto a saudade vai e vem, e mesmo colocando meus amigos na minha “TO DO LIST”, não é sempre que encontramos os companheiros disponíveis para jogarmos conversa fora e atualizar as notícias.
Zé me perguntou como andava minha vida no escritório, pois bem sabia ele que lá era o lugar que mais tomava meu tempo e energia:
_ Essa semana até que está sendo bom, graças a Deus. Soltei uma gargalhada. Sabe como é Zé, tem dias que são noites, e pulo fogueira igual bruxa sendo assassinada. Soltei outra gargalhada pegando em seu braço peludo. Mania de toques, sabe como é.
Zé me contou sobre um romance platônico que ele vinha vivenciando há poucos meses.
_ Zé, não subestime-a! Almas irmãs sempre se conectam, de um lado ou de outro. De um jeito ou de outro. E o café... O cafezinho foi apenas o Start. Convide-a para comer uma massa gostosa com um bom vinho seco desta vez. O “não” você já tem, portanto corra atrás do “sim”. Ligue para ela e chame-a para sair.
Despedi-me de Zé com um abraço apertado e seu cheiro de cachimbo foi junto comigo.
Que nostalgia boa.