HISTÓRIA: SANTO REMÉDIO
Preferiram ir de trem e Metrô até a Liberdade, especialmente porque não podiam correr o risco de chegarem atrasados por conta do trânsito. Conseguiram chegar 1 hora adiantados; deu até para tomar um segundo café da manhã, agora com mais calma. Entretanto, estranharam que o ônibus do passeio não chegava. Foram verificar.
- É... Então, o ônibus já foi. Saiu às 9 horas. – informou o recepcionista, constrangido.
- Mas como se na revista está 11 horas?! Olha aqui! – indignou-se a mulher.
O recepcionista argumentou que avisaram da mudança na tarde do dia anterior, a mulher contra-argumentou que fizeram a inscrição à noite e ninguém mencionou nada, o marido quis saber onde estava o pessoal naquele momento para alcançá-los, a mulher – frustrada e p da vida – não queria mais saber do passeio. Saíram sem rumo. O marido sugeriu que andassem até a Avenida Paulista, observando as construções antigas da Vila Mariana, para não pensarem no fiasco do passeio.
Na mudança de foco esqueceram suficientemente a frustração. Como o evento ocorreria na cidade o dia todo decidiram pesquisar em qual ainda poderiam ir. Viram que haveria um com tema semelhante saindo do Obelisco do Piques, no Largo da Memória, no Anhangabaú. Correram para lá.
Encontraram o grupo ao pé do obelisco. Ficaram surpresos com os fatos históricos que envolvem a construção do monumento. Aquele marco está ali desde 1814 mas era desconhecido para todos. Erigido ali e assim nomeado porque fora construída uma estrada para ligar o interior à cidade. Os sertanistas (viajantes vindos do interior, especialmente de Sorocaba) entravam na cidade por essa estrada para chegar até a feira de muares (mulas vindas da região Sul). Paravam para descansar e cuidar dos cavalos e mulas na estalagem então existente. O grupo seguiu dali até a Rua São Francisco, pela Passarela do Piques (sobre o Terminal Bandeira), fazendo várias paradas para explicação de fatos históricos e sociais. Não imaginavam que havia tanto história nesse curto trajeto.
Encerrado o passeio, foram conhecer o Espaço Cultural construído no antigo e abandonado prédio da subestação de energia Riachuelo, que pertencia a Light. No começo se sentiram um tanto quanto deslocados pois os frequentadores eram jovens e alternativos, mas adoraram o Espaço especialmente porque mantiveram a arquitetura do prédio e seu maquinário.
Decidiram que sempre que quisessem desestressar utilizariam esse santo remédio: passeio histórico na cidade de São Paulo.