Se ela quisesse teria me dado um pico fatal. Será que era das venenosas?!...

Se ela quisesse teria me dado um pico fatal. Será que era das venenosas?!...

Pego meu smartphone da cor da paz. Escolho um livro digital pra ler e tentar voltar a dormir novamente. Li normalmente sendo que a bateria do smartphone descarregou enviando o alerta vermelho de notificação sobre bateria fraca. Então levantei de vez pra colocá-lo pra carregar.

Sai do quarto e caminhei até a sala e peguei um livro físico de crônicas. Dei mais alguns passos até aos fundos da área de serviço e visualizei em cima de uma mesa de plástico branca, um cinzeiro de alumínio velho com dois cigarros já consumidos e com aspecto que foi apagado com um pouco de água. Mais a frente, início da subida da escada a esquerda, onde fica enrolada uma mangueira cor de abóbora, há também uma bica. Logo abaixo um ralo. Olhei, antes de por o pé ao primeiro degrau da escada vi que tinha um copo americano pequeno quebrado e mais outro copo de plástico estampado todo de cereja e mais de seis bingas de cigarros...

Fiquei olhando por alguns átimos e pensando... Já sabendo de quem era essa palhaçada.

Subi ao último degrau da escada de azulejos de cor cinza que dar acesso ao terraço. Fui até mais a frente e fiquei olhando o horizonte. Respirei o ar do amanhecer. Olhei para o céu e visualizo dois aviões comerciais em sentindo um ao contrário do outro. Ou melhor dizendo: um vindo e o outro indo, ambos deixando um rastro de fumaça branca.

O céu estava limpo sem nuvens, com o seu tom totalmente azul natural. Parei de observar os aviões e me sentei no último degrau da escada. Abri o livro e li apenas duas crônicas. Estava iniciando o nascente do sol bem suave e havia me batido o sono novamente.

No entanto, desci as escadas e voltei pra sala, guardei o livro junto aos tantos outros, e em seguida me joguei ao sofá e adormeci...

Contudo despertei de uma forma como se minha alma tivesse saído de dentro do meu corpo deitado em cima de um colchão no chão do quarto. Levantei-me lentamente e olhei para trás ainda no colchão e visualizo uma serpente toda enrolada com a cabeça ereta imóvel de costas pra mim, olhando em sentido ao contrário do meu, e posicionada em sentido ao corredor do cômodo que dar acesso a cozinha. ( Ela era amarela e preta, mas tinha a cabeça idêntica de uma naja indiana).

Movimentei-me lentamente ficando totalmente de pé e pensando automaticamente sem retirar o olhar dela: "Se ela quisesse tinha me aplicado uma picada enquanto estava dormindo...."

De repente a serpente gira a cabeça em minha direção de forma mecânica. Na hora meu coração acelera e sinto-o bater muito rápido. Meu instinto primitivo se ativa, e de mediato dou um pulo pra cima do sofá e grito alertando meus pais:

- Mãe, avisa pro pai que tem uma serpente aqui dentro do quarto!!!

Vejo meu pai correr rapidamente com meu alerta a procurar algo que matasse a serpente.

A serpente se assusta e também ativa seu instinto primitivo de fuga. E vai se desenrolando de tal maneira que visualmente parecia ser mais de uma serpente, até que vi ela se serpentear em direção da cortina branca e se desenrolar lentamente dando pra visualizar seu real tamanho. ( Devia ter uns dois metros e meio de comprimento). Ela faz um giro por de trás da cortina voltando por baixo de uma mesinha do quarto e indo em direção ao corredor que dar acesso a cozinha.

Dei outro grito de alerta pra minha mãe e com muita mais adrenalina:

- Mãe, corre da cozinha que a serpente tá indo nessa direção!!!

Em questão de átimo visualizo meu pai com uma vassoura em mãos, dando várias vassourada na serpente...

Por fim, despertei assustado achando que era real. Ainda assustadíssimo, levantei-me do sofá onde de fato realmente eu me encontrava dormindo e corri imediatamente em direção à cozinha e vi minha mãe preparando o café da manhã. Embora aliviado por ter sido apenas um sonho, porém um pouco ansioso, não deixei de lhe contar o tal sonho.

Observação: Não sou evangélico, mas gosto de ler a Bíblia em momentos de aflição e também de ouvir alguns louvores. Antes de eu escrever este conto, selecionei uns louvores pra ouvir aleatoriamente e o primeiro que iniciou foi este: Acalma o meu coração ( Anderson Freire). Não ouvir o restante dos outros louvores, pois este me foi o suficiente.