BASTA PAIRAR UM SILÊNCIO DO TEMPO PRA SURGIR UM GATO OU UM RATO.

BASTA PAIRAR UM SILÊNCIO DO TEMPO PRA SURGIR UM GATO OU UM RATO.

Darei início ao surgimento repentino do gato.

Costumo ler livros em diversos locais da residência. Dependendo de quando ouso o silêncio me convidando. Nesse dia que o gato surgiu, eu estava na área de serviço ao assento de uma poltrona preta confortável dessas de cabeleireiro lendo um livro digital modernamente ao meu smartphone de cor verde esperança. Inclusive parecia que o tempo tinha dado pause. Quando, entretanto, interruptamente sinto um vulto tirando minha atenção da leitura e quando olho, um gato descendo lentamente os degraus das escadas farejando algo pra se alimentar.

Creio que sentiu meu cheiro e resolveu recuar e subir ao muro. Não sei se ele me viu, pois não vi ele olhar pra mim

(Na minha visão, o gato foi caminhando literalmente ao passo do gato - suavemente e tranquilo na horizontal a esquerda. Ele aparentava ser um gato jovial. A cor do pelo era creme de tom acinzentado com uma aparência molhado, quase se secando). Prosseguiu lentamente até o fim do muro de uns três metros e meio. Deu uma parada de segundos e farejou alguma espécie de 'alimento' na coluna que poderia ter passado por ali alguns minutos talvez, e ter deixado rastros. Em instantes, pulou para o telhado da vizinha e seguiu rumo ao seu destino.

Veio em meu pensamento um trecho curto de uma frase de que li da Clarice Lispector: "Sou hábil em forma teoria."

Creio que o gato tenha dado a fareijada na coluna do muro por sentir que ali havia passado um calango. Vejo vários. Não sei se esses reptes fazem parte do cardápio dos felinos. E, também não tenho certeza de que tenha sido o cheiro de um calango.

Por fim, o surgimento do rato foi bem antes do gato. No dia eu estava lendo uma apostila em um desses sites que disponibilizam cursos grátis. Eu estava na sala de notebook ligado. Passou um bom tempo quando o cachorro do quintal surgiu na janela tirando minha atenção da leitura.

O cachorro ficou me olhando com aquela cara de cachorro carente bem comum dos cachorros. Levantei do sofá e lhe fiz um carinho. Em seguida resolvi ir a cozinha consumir um café, que é de lei.

Eu tinha completamente perdido a noção do tempo concentrado lendo apostila. Ao chegar à cozinha a porta da área de serviço se encontrava aberta quando de repente vejo já quase entrando um rato. Fiquei surpreso e rapidamente fechei a porta. Continuei parado ao mesmo lugar observando pensando ao mesmo tempo de onde surgiu o tal rato?!... E o que eu faria para espantá-lo?!....

( Era um rato de porte médio jovial com o pelo molhado como se tivesse acabado de sair de uma tubulação de água não suja, não estava totalmente molhado). Ele me viu e não se assustou por perceber que eu apenas estava lhe observando. Contudo de imediato ' sacou' que deveria caça 'queijo': seu alimento preferido em outro local. Prosseguiu caminhando tranquilamente sem se intimidar com meu olhar. E, com seu instinto confiante e reação de que não havia necessidade de eu agredi-lo, saiu farejando suas próprias pegadas pra saber por aonde veio...

Subiu as escadas que dar acesso o terraço. Deu uma parada na metade da escada que dá acesso pra casa da vizinha.

A vizinha por coincidência havia deixado uma caneca estampada preta e branca modelo de vaca em cima do muro. De imediato a cena me fez sorrir ao lembrar do país indiano e da cultura do povo de lá.

O rato desceu do muro na disciplina dando continuidade subindo os degraus voltando de onde veio...

Mantive a porta fechada apenas por precaução. Enfim, relaxei pra consumir o café que é de praxe do dia-a-dia do povo brasileiro e voltei pra sala dando continuidade a leitura da apostila.