Moro no subúrbio do Rio de Janeiro, um bairro cercado por comunidades, as ruas são feias, sujas, calçadas quebradas, poucas árvores, praças sem jardins e iluminação amarela e escura.
Viver em um lugar tão abandonado poderia ser muito pior se minha casa não ficasse dentro de uma vila, que mais parece uma rua comprida de paralelepípedos. Nasci e cresci nesse lugar, com direito a festas de aniversário, desfile de misses e batizado de bonecas. Tive infância de pique e pular carniça e corda; meninos implicantes, muitos livros e nem imaginava que um dia iria usar um computador.
O máximo era assistir seriados como A feiticeira, Túnel do tempo, Perdidos no espaço, Vila Sésamo e é claro, o Sítio do Picapau Amarelo.
Neste tempo a vila tinha árvores e a gente fazia guerra de amêndoas, que doía pra caramba, e os vizinhos conversavam nos portões das casas na mais completa harmonia.
Minha avó ouvia rádio, e se espantava com notícias que hoje em dia nem iriam ao ar, brigas e alguns assaltos bobos.
Minha memória pode ter deixado boa parte para trás, mas o que eu queria dizer antes da onda de nostalgia, é que de uns tempos pra cá só percebo o lado sombrio e negativo do lugar, de tão revoltada com o abandono.
Ontem meu marido me mandou uma foto, e sinceramente não me dei conta de imediato de onde era aquela paisagem, céu em tons de rosa, envolvendo a silhueta dos prédios ao entardecer. Levei alguns segundos e reconheci os prédios vizinhos, o céu, as nuvens e cores são os mesmos em qualquer lugar do mundo.
O belo realmente está nos olhos de quem vê, a abertura depende do quanto estamos prontos para perceber, está tudo ao redor e mesmo assim ficamos presos às memórias negativas.
Tudo muda a cada segundo, nada permanece o mesmo: nuvens, dor, doença, sofrimento, pensamentos, emoções, sentimentos… indo e vindo, subindo e descendo, aumentando e diminuindo. Fluindo.
Hoje o céu está cinza e as nuvens escuras anunciam uma tempestade para o fim do dia, mas ontem estava rosa e o sol amarelo ouro me deixou encantada.
Viver em um lugar tão abandonado poderia ser muito pior se minha casa não ficasse dentro de uma vila, que mais parece uma rua comprida de paralelepípedos. Nasci e cresci nesse lugar, com direito a festas de aniversário, desfile de misses e batizado de bonecas. Tive infância de pique e pular carniça e corda; meninos implicantes, muitos livros e nem imaginava que um dia iria usar um computador.
O máximo era assistir seriados como A feiticeira, Túnel do tempo, Perdidos no espaço, Vila Sésamo e é claro, o Sítio do Picapau Amarelo.
Neste tempo a vila tinha árvores e a gente fazia guerra de amêndoas, que doía pra caramba, e os vizinhos conversavam nos portões das casas na mais completa harmonia.
Minha avó ouvia rádio, e se espantava com notícias que hoje em dia nem iriam ao ar, brigas e alguns assaltos bobos.
Minha memória pode ter deixado boa parte para trás, mas o que eu queria dizer antes da onda de nostalgia, é que de uns tempos pra cá só percebo o lado sombrio e negativo do lugar, de tão revoltada com o abandono.
Ontem meu marido me mandou uma foto, e sinceramente não me dei conta de imediato de onde era aquela paisagem, céu em tons de rosa, envolvendo a silhueta dos prédios ao entardecer. Levei alguns segundos e reconheci os prédios vizinhos, o céu, as nuvens e cores são os mesmos em qualquer lugar do mundo.
O belo realmente está nos olhos de quem vê, a abertura depende do quanto estamos prontos para perceber, está tudo ao redor e mesmo assim ficamos presos às memórias negativas.
Tudo muda a cada segundo, nada permanece o mesmo: nuvens, dor, doença, sofrimento, pensamentos, emoções, sentimentos… indo e vindo, subindo e descendo, aumentando e diminuindo. Fluindo.
Hoje o céu está cinza e as nuvens escuras anunciam uma tempestade para o fim do dia, mas ontem estava rosa e o sol amarelo ouro me deixou encantada.