A menina do Trem
Denominada a menina do trem. Andas rápido pelas ruas escuras. Passos longos e coordenados. Vive em mundo cheio de medos e angústias. A cada dia tenta evoluir como ser humano e não como máquina que visa apenas o sucesso das operações. Entre ser ela e ser absolutamente ela, deseja sempre ser a mais pura versão dela. Sente-se bem na solidão. Logo essa que era tão temida no início dos seus anos de adolescência, hoje virou uma companheira. Quando faz dos seus medos um amigo aprende que nada é mais poderoso do que você mesmo.
Dona de um sorriso fácil e um corpo sem formas definidas. Ela sempre é a menos popular e a que ás vezes se perde na introspecção de seus pensamentos; um tanto maquiavélicos para a época que vive. Desde pequena rabiscava paredes e depois papéis. Os papéis se perderam no tempo, mas, parece que o amor pelas as palavras nasceu dentro da alma dessa menina. Ela relutou um pouco mas, nem sempre conseguimos vencer as curvas do destino. No final se entregou as letras e assumiu ser apenas mais uma serva dos versos. Aprendeu a dominar as palavras. Escreve de forma simples, porém, intensa. Afinal a única meta de vida dessa moça é ser intensa em tudo aquilo que fizer; nessa época de pessoas vazias, cérebros pequenos e almas escuras.
As pessoas a indagam o porquê da sua preferência por andar sozinha nas ruas quase que desertas ao entrar da noite. Ela com uma dificuldade imensa de organizar-se em poucas palavras; prefere sorrir e dá assim a sua melhor resposta.
Se conhece tão bem que sabe que a única coisa que faz bem feito é articular as palavras. Quando reclama da vida, reclama em forma de textão. Se ama alguém, expõe seus pensamentos e sentimentos em forma de palavras. Palavras banhadas de sentimentos fartos de emoção. Coisas fracas nunca vão merecer o tempo dela.
Realmente essa menina só podia ser mal compreendida. Como possuir um coração tão bom pleno o século XXI é um dos seus questionamentos internos. Ela só sabe que não pode se perder e deixar ser engolida pelo sistema. Sistema que molda ser humanos e os transforma em maquinas que só visam o sucesso e perpetua o egoísmo. Essa moça, branca feita a neve; tem sim suas ambições, almeja o sucesso também, mas acredita não precisa ser máquina para ser alguém de sucesso.
Me entreguei na primeira frase. Sou essa menina toda boba e estranha que escolheu letras como seu sonho de vida. Vive agora a rabiscar e amar espalhar suas palavras por aí, feito trem passa de estação em estação.