O PALCO DA POESIA

Todos temos algo a lembrar, e quem conhece meu trabalho literário, já deve ter percebido que sou saudosista!

Mas que encrenca! Será que é coisa incurável?

Bom , mas aqui estou para contar uma história curtinha.

Noite dessas sonhei com um passado remoto.

Naquela minha distante época de pré escola, o tal do jardim da infância, aproximava-se o dia da mães, e "tia" Cidinha resolveu que recitaríamos poemas, em homenagem a elas!

Eu tinha quatro anos.

Lembro-me quando a cortina se abriu, e eu ,havia chorado muito com medo de esquecer os versos decorados.

Apertei os olhos bem "bem forte", e destrambelhei no rítmo perfeito, feito papagaio treinado, fato que até hoje permeia meus sonhos:

"Sou costureira perita!

Faço vestido de chita...

E corto a seda sem medo,

Às vezes um tanto assustada...

Fico um pouco atrapalhada,

Costuro também o dedo."

(Desconheço o Autor)

"Clap, clap, clap..."

Meus pais, logo alí na fileira do gargarejo, batiam palmas, em meio a uma multidão à qual meus olhos momentaneamente cegaram.

Foi meu primeiro contato com os versos, e desde aquele dia, nunca mais os abandonei.

Cerraram-se as cortinas do palco...abriam-se as cortinas da vida!

Obrigada, tia Cida!