Flamejo

Flamejo

Não sabendo direito, não consegue ele evitar o aprisionamento do olhar em seu copo naquele instante. Espera, será um momento, instante? Segundos, minutos, horas? Tarde demais para ter consumido o que estava ali dentro?

Tarde demais, Cris, para pensar somente agora em aquecer ele com o toque de seus lábios.

Pôr do Sol, olhares, piscares que soam lentamente de uma forma automática no ar sem que se sufoquem com a mesma pressão de Cris tentando dizer para si mesmo que tudo esta bem, que ainda continuará bem.

Palavras e pensamentos jogados ao vento de uma forma flamejante que não parece ser tão animador quanto deveria ser.

Onde andaria as percepções que alguns poderiam ter de o quanto tudo esta longe, de o quanto Cris está longe.

Já não havia mais espaços, Cris não tem mais o que se esfriar em suas mãos por tentar sempre se apegar às coisas flamejantes do momento. Estava escuro, havia somente o copo em sua frente tentando mostra-lo que o flamejante também está corroendo Cris de frio...

O copo é deitado, o álcool se vê livre de seu espaço, porém tendo em si ou se transformando em suporte para tudo que flameja... Livrando-se da esperança colocada nele para que Cris não se queimasse tanto, livrando-se de trazer alguma expectativa no instante, mas de certa forma servindo como última parada onde todas as luzes de apagam mesmo que por um dia, noite ou um fim de um pôr do sol.

Tadeu Santana
Enviado por Tadeu Santana em 12/07/2018
Código do texto: T6388484
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