PATERNIDADE ABORTADA

O amor acabou. E de um dia para outro desfez-se o casamento. A mulher mudou-se de cidade. O marido foi morar num conjugado, banheiro e quarto. De tudo o que um dia tivera de nada sentia falta. Só dos filhos - uma moça e um rapaz - que não queriam vê-lo e o culpabilizavam pelo desfecho do lar. Virava o dia no trabalho e quando ia para casa, passava antes no bar. Não que gostasse, não que quisesse. Precisava. E depois de embriagado, chorava e dormia às fotos dos filhos abraçado.

Adelaide Paula
Enviado por Adelaide Paula em 26/06/2018
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