UMA NOVA ESPERANÇA

Era uma manhã chuvosa no sítio Nova Esperança e, o sol resolvera nem aparecer por lá, raios riscavam o céu que estava acinzentado, enquanto o vento soprava em toda direção. A chuva castigou aquele lugarejo, durante toda noite, pois quando se fazia uma tempestade, o velho sítio ficava totalmente inundado...

O caseiro, Toinho das cabras, como era conhecido pelas redondezas, era quem cuidava daquele sítio, já que os verdadeiros donos revolveram abandoná-lo, há muito tempo atrás, por falta de recursos financeiros. Naquele dia tempestuoso, Toinho estava soltando suspiros de tristeza, com seus olhos marejados pelas lágrimas, pois uma das suas cabras havia entrado em trabalho de parto e, seu cabritinho já deveria ter nascido. A Cabra Malhada, um animal admirável, tinha o corpo todo marrom escuro, com manchas brancas, que pareciam capuchos de algodão. Ela permanecia em sofrimento, desde à madrugada; devido às chuvas, o rio havia transbordado, cobrindo completamente a pequena ponte, única travessia, deixando o sítio totalmente isolado da cidade; impossibilitando assim, o caseiro de ir buscar o veterinário para assistir à Cabra Malhada. A neblina cobria todo o pasto e, a Malhada estava abrigada debaixo do galinheiro, pois o celeiro também se encontrava inundado... Comentavam-se que naquele sítio, antigamente, havia acontecido um milagre; o pai de Toinho, que também era o caseiro naquela época, morava com sua família ali, em um velho casebre no fundo da casa principal. As pessoas diziam que no nascimento de Toinho, também chovia muito e, a parteira não teve como chegar ao sítio; assim, sua mãe pedia a Deus, em oração, que salvasse seu filhinho. Ela ajoelhada e constrita prometera jamais deixar que nenhum animal morresse nas mãos de seu filho. A criança foi salva e, o Toinho cresceu com a missão de salvar os animais que precisassem da ajuda dele... Sendo assim, ele não podia deixar sua Malhada morrer com o cabritinho no ventre. Ele precisava salvá-la de qualquer jeito. Então, ele se aproximou da Cabra, gostava de falar com os animais, e foi logo dizendo:

- Dona Malhada, você precisa ajudar seu cabritinho que está em sofrimento. Por favor, faça força! Ele está mal acomodado em seu ventre e não pode nascer.

Mas a Malhada já não tinha força e, Toinho não podia perder a Fé.

O tempo foi passando e, a Malhada continuava sofrendo. O caseiro desesperado, já não sabia o que fazer permanecendo, inerte, chorando de pena da coitadinha. Subitamente, ouviu uma voz suave, que vinha de muito longe, que dizia assim: “Toinho, procure fazer a Malhada andar”. Rapidamente, ele tentou levantar a Malhada, que urrava de dor. Como em um passe de mágica, a Cabra Malhada, se levantou e andou um pouco e, foi o suficiente para o cabritinho preguiçoso se posicionar no ventre. O sol até resolvera resplandecer por trás nos montes, quando o cabritinho nasceu sã e salvo, lindo por natureza.

Foi assim que aconteceu! E mais uma vez a Fé tornou o que era impossível em possível. Trazendo uma Nova Esperança, para a vida do caseiro.

Os tempos se passaram... O caseiro, Toinho das cabras, com o dinheiro da venda do leite das suas cabras, comprou aquele velho sítio e, por lá continuou com sua missão: “salvar a vida dos animais”.

Que a Fé continue realizando milagre.

Elisabete Leite – 08/042018

Elisabete Leite
Enviado por Elisabete Leite em 29/04/2018
Reeditado em 07/05/2018
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