A ÚLTIMA ESTRELA

Mirtes e Marcos formavam um jovem casal, casados há menos de um ano e o amor era vigoroso como nos tempos de noivado. Ele era engenheiro de uma grande construtora e seus serviços dava assistência em muitas obras em várias localidades do estado, algumas bem longe de sua cidade.

Era uma sexta-feira de uma dia claro e ensolarado e o casal iria fazer uma jantar especial, não era nenhum aniversário e sim uma comemoração à felicidade e às boas coisas da vida, pois era um casal muito feliz.

Normalmente Marcos chegava por volta das dezenove às dezenove e trinta todos os dias. E, naquele dia, inesperadamente surgiu um imprevisto e ele precisou viajar para uma região mais distante para resolver um grave problema numa grande obra e não conseguiu avisar sua esposa, mas não alteraria o horário de seu retorno.

A localidade em que ele se encontrava de aproximadamente uma hora de viagem e, às dezoito e trinta ele ligou que estava retornando para casa.

Um grande imprevisto aconteceu no caminho, uma chuva torrencial, quase “um dilúvio” estava caindo naquele momento, alagando estradas, derrubando pontes e teve seu carro arrastado para uma córrego próximo. Esteve próximo da morte e com muito esforço saiu do carro no meio de um denso mato, tendo perdido seu celular, carteira e pasta de trabalho, ele estava no meio do nada.

Andou horas a pé, por entre trilhas no meio do mato até chegar a um vilarejo, exausto e sem forças, ia telefonar para a esposa, mas as linhas tinham sido comprometidas pela tempestade e nesse momento desmaiou e foi levado para uma pequena clínica.

Sua esposa desesperada sem nenhuma notícia do marido, ficou a noite toda debruçada na janela olhando para a rua que dava acesso a sua casa, tendo momentos de choro várias vezes e as horas foram passando e ela jamais perdeu a esperança, era uma mulher de muita fé, ela em pensamento via Marcus abrindo o portão da casa, são e salvo, sorridente e feliz como sempre chegava.

O dia começou a clarear e o Sol já mostrava seu vermelhidão nas montanhas próximas e as estrelas uma a uma iam-se apagando, já quase claro ela viu a última estrela bailando no céu, e nesse momento Marcos chegou numa situação lamentável, encharcado e sujo de barro dos pés a cabeça, instantes de alegria, risos, lágrimas, abraçados os dois choravam.

Miguel Toledo
Enviado por Miguel Toledo em 15/04/2018
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