O escritor morreu
Era um dia comum, pois nada mudaria com a morte de um escritor qualquer. Apesar de ter alguns textos conhecidos, nosso personagem, não era famoso e era mais conhecido por ser um vendedor de produtos de limpeza. Mas o escritor morreu, ou melhor, o vendedor de produtos morreu. E em meio a litros e litros de água sanitária, sabão de coco e detergente. Restou uma mesa com centenas de papeis, duas ou três canetas, alguns livros e uns poemas inacabados. Mas o que fazer? Pensou a família. Claro, os produtos ainda podemos vender, pode até continuar sendo um bom negocio para a família. Mas e os papeis e os livros? Apesar de tudo não podemos jogar no lixo, é a memoria do nosso ente querido. Então um dia após sua morte, todos os livros e papeis foram parar em um quartinho dos fundos na casa de uma irmã do escritor. Mas um sobrinho do escritor, que de muito curioso resolvera dá uma olha em suas caixas, encontrou uma de suas poesias, ele gostou tanto que resolveu levar para a faculdade e mostrar aos amigos do curso de letras... Não deu outra, o menino mostrou, o pessoal gostou, divulgaram na internet. E rapidamente todos queriam saber quem era o dono daquele poema. Editoras, programas de Tv acabo, intelectuais, todos buscavam saber quem era o dono. Então o jovem divulgou mais textos e sua família recebeu algumas propostas para reunir em livro, alguns dos poemas do nosso VENDEDOR DE PRODUTOS PARA O LAR, e o autor, depois de morto ficou famoso, seu primeiro livro, tornou-se um best-seller e seus manuscritos eram vendidos por 100 reais em feiras de literatura.
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