O SONHO DE ELIODORA

Eliodora olhou novamente para o horizonte, diante dela um imenso lixão, deduziu as horas pela posição do sol, eram quase meio dia.

Sua mãe a chamou, era hora do almoço.

Ela pegou um jornal velho que passava voando e o levou até uma bancada de madeira, onde foram comer. Na marmita apenas arroz e ovo cozido, no jornal a imagem de homens proeminentes, tentando se retratar de mais um escandalo financeiro; ela perguntou a sua mãe:

-Mãe, qual o seu maior sonho?

A mãe sacudiu a poeira do avental e se aprumou na débil cadeira:

-Filha, pobre não sonha, apenas vive!

-Ah, mas eu sou pobre e tenho um sonho!

-Pois então diga, qual é?

-Ser uma juíza, pra colocar todos estes na cadeia e devolver o dinheiro roubado ao povo!

-É um sonho muito nobre e belo, mas sempre será apenas um sonho neste mundo, ainda que seja a mais conceituada juíza minha filha.

-Porque mamãe?

-Porque o mundo é feito de interesses, e eles não permitem que isso aconteça jamais!

-Ah, então meu sonho agora é ser uma escritora! Vou contar histórias, viver de sonhos e não de ilusão...

Mario B Duran
Enviado por Mario B Duran em 26/03/2018
Reeditado em 27/03/2018
Código do texto: T6291311
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