De repente, o celular tocou

- Alô?

- Alô, é o senhor André?

- Não, não, aqui é Vladimir de La Mancha.

- Ah...O senhor conhece o André?

- Claro que sim, sou o heterônimo dele.

- Bom, senhor, a preferência sexual de vocês não vem ao caso.

- Oi?

- Então, senhor. preciso que dê um recado para o André.

- Sim, fique tranquila, pode falar, sou o Alter ego dele.

- Pois então, senhor Valter, a Claro está com um excelente plano para internet e celular...

- Ih, acho que ele não vai querer. Já tem tudo isso.

- Mas senhor Valter, pense bem, o novo plano é imperdível.

- Olha, só porque você tem essa voz bonita e estou aqui imaginando que o resto também é muito belo, vou passar para ele o seu pedido.

- Ah, que bom! E o senhor, também não gostaria de fazer um plano?

- Eu?

- Sim, claro.

- Ah, eu sou apenas um pseudônimo.

- Mas os preços desse plano, qualquer dônimo pode pagar...

- Tem certeza?

- Claro, hoje mesmo já fechei o de um porteiro, um pedreiro e até um anônimo.

- Não seria um autônomo?

- Bom, essa coisa de tamanho e altura não dá pra saber pelo telefone, né?

- Moça, vamos fazer o seguinte, vou passar todas as informações para o André. Se ele fizer, é a mesma coisa de eu fazer.

(quase dez minutos depois, ela acabou de falar sobre o plano. Não prestei atenção nem na metade.Mas, de fato, ela tem a voz bonita.)

- Ok, então. Promete passar para ele?

- Prometo. Ele sempre me escuta.

- Ah, então tá. A Claro agradece a sua gentileza.

- Tá bom. Beijos.

- Senhor, não posso dar beijos aqui.

- Boa noite, então.

- Bom dia.

- Já é dia?

- Sim

- Vixe, então tenho que correr, o André já vai acordar...