O MELHOR LUGAR DO MUNDO!

Não foi lá que eu nasci, tenho que falar.

Mas foi lá que passei a melhor fase de minha infância, e início de adolescência.

Hoje vivo em um lugar bem distante de lá, e a alguns meses fui visitar depois de muitos anos, o lugar que tenho como sendo ‘o melhor lugar do mundo’!

Preciso dizer que quando sai de lá, ainda adolescente, evidentemente meus amigos também eram mais ou menos da minha idade, então, quando resolvi voltar , claro que eles – se lá estivessem ainda – já estariam bem mais velhos e talvez nem mais os reconhecesse, ou eles a mim, isso se os encontrasse!

Quando o avião sobrevoava a cidade em manobra para aterrissagem, pude notar que muita coisa havia mudado.

Pouso...

Emoção!

Ao planejar a viagem eu decidi que não avisaria ninguém lá, iria de surpresa, e, com o tempo que eu tinha – estava de férias – iria procurá-los pessoalmente, e para tanto reservei um hotel, e, se não encontrasse nenhum desses amigos, poderia apreciar a cidade de uma outra perspectiva.

Uber...

Caminho...

Lembranças... Hotel!

Em casa, eu havia pesquisado nas redes sociais alguns desses velhos amigos, e com um pouco de sorte e persistência, partindo da região onde moravam á época de minha saída de lá, eu encontraria alguém, e ai então seria mais fácil.

Me reconheceriam!?

Era inicio de tarde quando sai do hotel ‘à caça’ desses velhos amigos, e, peguei o metrô sentido Igreja Matriz São Sebastião.

Estávamos – Eu, minha esposa e meu filho - na praça observando, e eu relembrando dos tempos que ali brincava, quando um motoqueiro parou próximo de mim. Tirou o capacete e eu imediatamente reconheci. Percebi que ele também, no mínimo ‘desconfiava’ quem eu seria, por sua atitude... e se aproximou!

Era impensável que num lugar daquela magnitude de grandeza, em menos de dez minutos uma das minhas ‘caças’ viria até mim!

E lhe disse: “Sei quem é você, mas me diga antes se sabe quem sou.”

“Fulano de tal”, disse ele.

Narrar pormenores desse nosso encontro não é meu objetivo, mas sim, registrar pra mim mesmo, alguns pormenores desse ‘eco sistema’ onde eu vivi.

Daí a encontrar outros amigos foi muito mais simples, pois esse primeiro contato conhecia quase todos, pelo menos os que permaneceram lá.

Ele me levou até um outro amigo nosso que não morava tão longe dali, e lá, marcamos o jantar desse dia, - na casa desse segundo amigo - e o almoço do dia seguinte, um domingo, na casa do primeiro.

Nessa viagem pude reencontrar cinco amigos de infância, além de outras pessoas também conhecidas, umas já bem velhinhas; enfim, meu projeto tivera êxito.

Aluguei um carro apenas para passar em frente a alguns lugares de que tinha lembrança, pois não tinha tanto tempo assim.

Teatros, cinemas, shoppings, e o estádio de futebol!

Ah, o estádio do nosso time local...

Claro que não sairia dali sem antes ver um jogo no ‘nosso estádio’.

“Domingo é dia de clássico”, - disse um amigo – “vamos”?

E lá estava eu. Estádio quase cheio, – cinquenta mil pessoas – e pra completar, vitória do ‘nosso time’.

E a escola que estudei?

Claro que fui lá também. Que magnitude! E saber que de lá, saíram algumas das ‘maiores cabeças’ desse pais...

Gostaria que nossos governantes pudessem se espelhar na ‘minha cidade’, e ‘beber da água’ do que é uma verdadeira metrópole. Fome zero mesmo. Nenhum analfabeto; nenhuma pessoa mendigando nas ruas; criminalidade zero!

O melhor lugar do mundo!

Despedi-me de meus amigos: Tiãozinho; o Joãozinho, filho do Zé do Pito; Edilson, da Dona Carminha, e o Vanderlei!

Já ia me esquecendo da 'Dona Guilhermina', A Louca. Toda cidade do interior tem uma louca, e Bentópolis não fugiu a essa regra, porém, agora, ela já bem velhinha, estava bem calma e morava numa casa onde era cuidada pelo 'Seu ‘ Pedro Turco e sua esposa. Pude lhe dar um abraço, apesar de saber que ela não fazia a menor ideia do porque, e quem era aquele que lha abraçava.

Ah, minha querida Bentópolis!

P.S.: Tenho que admitir que exagerei um pouquinho em relação a minha cidade, pois, Bentópolis-PR. não tem mais que dois mil habitantes, e, claro que não tem aeroporto, hotel, shopping, Uber, carros pra alugar... aliás, Bentópolis tem apenas dez ruas.

Mas o estádio... Bem... não tem nem arquibancadas, mas é ‘nosso estádio’!

Quanto as pessoas, fui fiel a narrativa.

Bentópolis, ‘A Melhor Cidade do Mundo!’

Zé Roberto
Enviado por Zé Roberto em 27/02/2018
Reeditado em 27/02/2018
Código do texto: T6265934
Classificação de conteúdo: seguro