Menina Estrela, Hanabi-men e Outros Apelos Insensatos.

Menina estrela.

Ela olhava para o céu, sem muito entusiasmo, sem olhar sonhador, sem admiração. Ela só olhava pro céu, contemplava o vazio, não haviam muitas estrelas, apenas alguns pontos luminosos jogados ao acaso naquele azul profundo, quase negro. O vento soprava, estava frio e apesar de frio era confortável para ela apenas ficar lá olhando, os cabelos se deixavam levar e os cachos se agitavam em um bale despreocupado, senti meu coração apertar quando ela levou a mão até a orelha e prendeu seu cabelo, me senti ridiculamente encantado por aquelas sutilezas, não me cansava de olhar pra ela, ela me causava arrepios e mesmo distante naquele momento, tudo que eu conhecia como realidade se limitava naquela contemplação.

Platão falava de amor ideal, a idéia inconcebível de amor cuja existência era apenas evidenciada em uma realidade paralela e totalmente idealizada, uma perfeição utópica onde tudo que existia era em suma ideal, sinto que Platão deixou a porta dessa realidade entreaberta e por um acaso aquele conceito de amor escapou e fez morada naquele momento, utópico perfeito, brilhante, ela era o ponto mais brilhante de todo o universo, era a personificação da reação de milhares de explosões, a intensidade única e indescritível daquilo que esta acima da compreensão cientifica ou das rotulações típicas. Ela era estrela, e era a única que brilhava no meu escuro e limpo céu de noite de verão.

TScornaienchi
Enviado por TScornaienchi em 21/02/2018
Código do texto: T6260324
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