Luta Artística

O tempo era chuvoso.

Eu estava apenas observando os carros passarem enquanto tomava uma grande xícara de café para o meu gênio.

Daqui a instantes escreveria romance.

Meu nome é Fernando, e eu sou romancista, na verdade ainda não praticamente falando, nem comecei, desculpe-me a ousadia. No futuro eu sou. No meu sonho eu sou.

E então eu bebi o último gole e fui para a minha escrivaninha.

Começo. Um parágrafo. Receio. Lixo. Outro papel. Dois parágrafos. Receio. Lixo. Outro. Quatro parágrafos. Receio. Também é lixo. Agora vai?! Papéis. Melhorei. Um capítulo. Medo. Seu lugar na lixeira.

Tristeza. Remédio para insônia.

Cama para sonhar sonhos que desejaria depois escrever. Sei que sonho coisas legais, mas a memória é cruel, pelo menos oniricamente.

E eu aceito lutar todos os dias contra o bloqueio criativo, contra o medo do público, e do desconhecido. Três contra um. E eu vou lutar até que um dia saia algo pra você poder ter por um tempo na cabeceira da sua cama.

Lucas Pestana
Enviado por Lucas Pestana em 16/02/2018
Código do texto: T6255683
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