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O bolo
 
 
 
Jane e Carlos estavam casados há anos. Depois de muitas brigas e desgastes, estavam num período de relativa paz: sem brigas. Embora o diálogo fosse apenas sobre os filhos e problemas domésticos, ainda tinham vida social, pois nos fins de semana iam à pizzaria com os filhos e frequentavam algumas festas de amigos e familiares.

Carlos gostava de  jogar com os amigos e Jane gostava de fazer academia e ir ao salão. Não se tocavam, o carinho era de amigos que dividiam o mesmo quarto, cada um no seu canto, mas pelo menos as brigas já não existiam.

Foi com alegria que Jane recebeu a notícia de que iriam viajar de férias com as crianças para a Europa. Naquela noite não repeliu ao marido quando esse a procurou. Ao acordar, pensou até em beijá-lo, mas só pensou mesmo!
 
A viagem transcorria tranquilamente. Enquanto Jane falava ao telefone com as amigas contando tudo que acontecia, Carlos lia uma revista repetidas vezes. O silêncio era geral, às vezes, uma palavra ou outra sobre as crianças, ou ainda para pedir algo.

Jane adorava bolo. Carlos não gostava. Jane resolveu comprar a fatia de um bolo tradicional da região, pagou quase chorando o valor absurdo que cobravam por um pedaço extremamente pequeno, mas sonhou tanto em experimentar esse bolo que não podia deixar passar a oportunidade. Quando ia dar a última garfada Carlos perguntou: não vai me oferecer do bolo? Jane olhou sem entender a pergunta e respondeu: claro que não, você não gosta de bolo, e engoliu tudo.
 
Um mês depois, Jane e Carlos assinaram o divórcio. Jane chorou muito por não entender como Carlos pôde deixar a família por causa de um pedaço de bolo.
 
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Carlos continuou sem gostar de bolos e Jane nunca mais comeu bolo.