Despedida <<microconto>>
Sentada em frente à velha casa em que nascera, a menina chorava a dor da partida. Chorava por não mais saber o caminho do regresso, mesmo com os pés ainda fincados em solo materno. Chorava o abandono, mesmo ainda sentindo no peito o calor do abraço. Chorava mais ainda a penúria do deixar para trás, mesmo ainda estando no velho balanço em que crescera.
O choro, enfim, revela a real face da vida, que em meio a suas constantes partidas se mostra imune ao eterno, mas refém da saudade. E o que nos resta, enfim,
é pranto
e passado.