Respeite a minha cor
Era dia 12 de março de uma sexta-feira e Ana, como todos os seus dias nessa mesma rotina, acordou, tomou banho, tomou seu café e seguiu para pegar o metrô para ir trabalhar.
Ana era a décima filha de pais solteiros e vendo as dificuldades baterem a porta de casa, decidiu ir para cidade grande tentar mudar a vida e mandar dinheiro para a família.
Dentro do metrô, na poltrona à direita sempre estava lá, o mesmo velho racista e rabugento olhando para ela e fazendo suas críticas ofensivas:
-"Xii, chegou a neguinha."
-"O tempo ficou escuro."
-"Apagaram a luz do vagão."
Ana sempre ouvia e se calava, pois ela sempre sentia os olhares estranhos e as pessoas indo por trás. Mas nunca se impôs sobre isso e então, seguiu o seu destino.
Até que neste dia, Ana conheceu uma amiga, que era negra como ela. As duas começaram a ir juntas para o trabalho e este tal velho havia sumido. Até que um dia ele reapareceu e como sempre, suas críticas maldosas com ele.
Quando Ana e sua amiga entraram no metrô lá estava ele. Arregalou os olhos para as duas e soltou logo a piadinha:
-"Uma preta já escurecia o vagão, agora duas vai apagar o metrô inteiro". Prontamente, amiga de Ana, após ouvir aquilo, olhou para o velho e falou em alto e bom som:
-Somos pretas sim e preferimos ser pretas e sociáveis do que velhas rabugentas e preconceituosas.
-Nos respeite e RESPEITE A MINHA COR!
Desse dia em diante o velho nunca mais abriu a boca para humilhar ninguém e Ana e sua amiga seguiram sempre felizes para o trabalho.